Não era “A Última Ceia”? Entenda a referência usada na abertura das Olimpíadas

O diretor artístico da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, Thomas Jolly, falou sobre o momento

Da Redação

Cerimônia de abertura Jogos Olímpicos de Paris
REUTERS

Durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, uma suposta paródia do famoso quadro de Leonardo Da Vinci “A Última Ceia” com drag queens gerou incômodo na Igreja Católica e entre políticos de extrema-direita. Contudo, o diretor artístico da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, Thomas Jolly, negou a referência. 

Em um dos momentos da cerimônia, que aconteceu na sexta-feira, 26 de julho, umas das cenas, chamada "Festividade", aparecia um grupo de pessoas em uma longa mesa, incluindo várias drag queens, que lembrava a Última Ceia, a refeição final que, segundo os evangelhos, Jesus compartilhou com seus apóstolos antes de sua crucificação.

"Nunca encontrará da minha parte nenhum desejo de zombar, de difamar nada. Quis fazer uma cerimônia que reparasse, que reconciliasse. Também que reafirmasse os valores de nossa República", disse o diretor  à rede de televisão BFMTV.

Além de políticos e religiosos, a Conferência Episcopal Francesa (CEF) condenou o que considerou "cenas de mofa e zombaria do cristianismo". Entretanto, Jolly, foi categórico ao afirmar que “A Última Ceia” não foi a inspiração usada para criar o momento. 

"A ideia era mais fazer um grande festival pagão conectado com os deuses do Olimpo... Olympus... Olimpismo", assegurou.

Ainda na apresentação, o cantor e ator Philippe Katerine surgiu sobre a mesa pintado de azul e vestido do deus grego Dionísio, segundo explicação dos Jogos Olímpicos. Em uma bandeja com uvas e queijos, coberto apenas por plantas artificiais, Katerine cantou a faixa inédita "Nu", de seu novo álbum "Zouzou". 

As drag queens e os outros dançarinos que participaram das outras cenas assistiram à apresentação em volta da mesa.

Festival Pagão 

Ou seja, a ideia da performance, era recriar um grande festival pagão ligado aos deuses do Olimpo. Nas redes sociais, além das críticas, muitos telespectadores defenderam a cena. 

Christian Lynch, um cientista político, jurista e historiador afirmou: “Não era a Última Ceia. Até porque este quadro foi pintado por Da Vinci, um italiano, e está na Itália. O tal banquete "atualizava" um quadro de acervo de museu francês, que retrata uma comedoria de deuses gregos. Divindades "pagãs", portanto. Não cristãs”. 

Outra internauta, ainda encontrou um quadro semelhante à cena apresentada na cerimônia de abertura: “Não foi a Última Ceia, mas a Festa dos Deuses, de Jan Harmensz van Biljert, pintada por volta de 1635 e mantida no Museu Magnin em Dijon. No centro da mesa não está Cristo, mas Apolo coroado. Baco-Dionísio está em primeiro plano. Mais claro agora?”.

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“O problema nunca foi representar a Santa Ceia no entretenimento. O problema dessa gente é representar a Santa Ceia com pessoas LGBT+. O motivo? LGBTfobia”, concluiu mais um.

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