De Mulher Melão à Mulher Cannabis. Renata Frisson, mais conhecida com Mulher Melão, fez recentemente um ensaio fotográfico nua com 50 kg de maconha. Com o intuito de promover o uso da erva no Brasil, ela foi até o Uruguai, país onde a planta é legalizada, entender mais sobre o assunto.
Ela conta que ficou impressionada ao constatar a quantidade de coisas que a planta pode prover. "Tem tanta coisa, remédios, roupa, sapato e até lubrificante íntimo", disse ao jornal Extra.
Em entrevista, Renata conta como foi fazer o ensaio com Cannabis. "Conheci um produtor, dono de uma plantação imensa por lá. Ele levou 50 kg de maconha para meu hotel e colocamos tudo na banheira de hidromassagem", afirmou. Além disso, ela negou estar fazendo apologia ao uso da planta, porque já usou a droga e não gostou.
"Olha, já experimentei. Não vou mentir. Era bem mais nova e um namoradinho me deu. Achei ruim, porque fiquei bem sonolenta", concluiu.
Os benefícios do Cannabis para a saúde
Apesar da maconha ser usada de diferentes formas lá fora, a Mulher Melão afirma que o que mais chamou a sua atenção foi a utilização do Canabidiol, substância extraída da erva para fins medicinais.
O Canabidiol ou CBD tem atuação no sistema nervoso central e já é utilizado no tratamento de várias doenças como, por exemplo, epilepsia, autismo, ansiedade, mal de Parkinson, Alzheimer e dor crônica.
"Tenho gente na família que precisa usar o Canabidiol. Minha secretária passou a usar o óleo e teve melhora na ansiedade e na pressão arterial. Ela vivia parando em hospital. É preciso que mais gente tenha acesso a isso, é preciso mostrar como funciona em vários casos, evitando o uso contínuo dos remédios tarja preta", disse Renata.
Segundo pesquisas da Fiocruz, o Canabidiol encontrado no vegetal, está ajudando cada vez mais os brasileiros que precisam do medicamento, entretanto, o acesso a isso no Brasil ainda é dificultoso e pouco democrático para parte da população.
Cannabis no Brasil: o que é crime?
Atualmente, o uso da maconha de forma recreativa ou religiosa é considerado crime, mas a utilização para fins medicinais é liberada com algumas dificuldades.
Em 2015, foi aprovado um medicamento pela Anvisa à base de Cannabis, para o tratamento de epilepsia em crianças. Desde 2019 até os dias atuais, mais 18 produtos com este fim foram autorizados pelo órgão. Entretanto, pelo alto preço, apenas quem tem mais condições financeiras consegue adquirir estes tipos de fármacos.
Para usar a maconha em fins terapêuticos, é necessário passar por três fases:
- A primeira é a prescrição médica e autorização da Anvisa;
- A segunda fase, consiste na judicialização, que pode viabilizar o custeio público do remédio, ou o plantio legalizado da planta;
- E na terceira etapa, é possível a pessoa fazer parte de uma associação de cultivo legal, o que também precisa ser liberado pela justiça.
Existem no Brasil, apenas quatro associações que podem faz a plantação de maconha de maneira regularizada: Associação Brasileira Cannabis Esperança (Abrace) na Paraíba; a Associação de Apoio à Pesquisa e à Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi) no Rio de Janeiro; a Cultive (Associação de Cannabis e Saúde) e a Flor da Vida, localizadas em São Paulo.