“Perda muito dolorosa”, diz Marcelo Medici sobre 1 ano da morte de Paulo Gustavo

Há um ano, o Brasil se despediu do ator e humorista, que morreu vítima de complicações da Covid-19. Até hoje Paulo Gustavo ganha diversas homenagens

Gisele Alquas

Paulo Gustavo morreu há um ano vítima de complicações da Covid-19
Reprodução/Instagram

Há exatamente um ano o Brasil era surpreendido com a morte precoce do humorista Paulo Gustavo, aos 42, vítima de complicações da Covid-19. O ator e humorista ficou internado por cerca de dois meses e o quadro de saúde se agravou rapidamente. Mesmo com todos os tratamentos possíveis, ele não resistiu. Um dos maiores talentos do teatro, do cinema e da TV deixou milhões fãs órfãos com a sua alegria e humor genuíno.  

O ator e também humorista Marcelo Medici, que trabalhou com Paulo Gustavo durante algumas temporadas do programa ‘Vai Que Cola”, relembra que foi um dos anos mais tristes para a arte brasileira. “O Paulo era um fenômeno no teatro e depois se transformou em fenômeno no cinema e, depois, claro, também na televisão. Foi uma perda muito dolorosa. Existe obviamente a tristeza da perda pessoal porque o Paulo era uma festa nas gravações. Saíamos  exausto de tanto rir”, conta ele em entrevista ao Band.com.br.

“E depois chegou aquele momento que você vira e fala: ‘cara que injusto, né?’ Um cara que batalhou para ter se tornado o grande artista que é, o tamanho de sucesso que fez, partir tão cedo”, completa.  

 

Dona Hermínia eterna

Paulo Gustavo se tornou um ícone na pele da personagem Dona Hermínia, inspirada na mãe do ator, Déa Lúcia, com o espetáculo “Minha mãe é uma peça”. Com o sucesso de público, a produção foi transformada em filme, que também lotou os cinemas brasileiros. O humorista lançou mais duas sequências, todas bem sucedidas.  

“O Paulo foi quebrando regras assim e trazendo sempre novidades. Existe aquela pessoa que viralizou com um meme e some, um cantor de um hit só. Ele não era assim. Paulo veio com uma força tão grande que imprimiu uma personalidade diferente no humor. Ele se comunicada com todo tipo de público.  Ele imprimiu uma nova linguística de humor”, enfatiza Medici.  

“O Paulo teria um futuro artístico ainda mais brilhante. É muito triste o que aconteceu, a gente fica se questionando o porquê. Uma pessoa que estava em um momento muito feliz na carreira, com o marido, com os filhos. Era um pai incrível”, emociona-se Marcelo Medici.

O vazio que Paulo Gustavo deixou  

Até hoje fãs por todo o Brasil prestam homenagens a Paulo Gustavo. O ator e humorista foi casado por cerca de seis anos com o médico dermatologista Thales Bretas e tiveram dois filhos, Gael e Romeu, frutos de um processo de barriga de aluguel feito nos Estados Unidos.  

Após a morte do marido, Thales tem tentado seguir a vida adiante. Em recente entrevista para Ana Maria Braga, o médico contou que os filhos do casal ainda não entendem direito o que ocorreu com Paulo. “Eu introduzo a figura do Paulo, tento mostrar vídeo, foto, mas sinto que é uma coisa que ainda não está clara para eles", pontuou.  

Romeu, o filho mais velho, com pouco mais de 2 anos, era o mais apegado ao humorista e, de acordo com Thales, não assimilou bem a morte. “O Romeu era muito apegado ao Paulo. O Paulo passava, Romeu começava a chorar querendo ir para o colo dele. Sinto que quando eu comento do papai Paulo e falo que agora ele tá no céu e é uma estrelinha olhando para gente, ele muda de assunto, sai de perto, sinto que ele se incomoda de alguma forma”, revelou.

A mãe de Paulo Gustavo, Dea Lúcia Amaral, sempre demonstrou ter uma força muito grande. Apesar de participar de alguns comerciais e homenagens ao filho, ela se mantém mais discreta nas redes sociais. A irmã do humorista, Juliana Amaral, mantém vivo o legado deixado pelo irmão. Os dois eram muito próximos. Paulo chegou a dizer que Juliana era seu “anjo da guarda”.  

Em dezembro do ano passado, Thales Bretas, ao lado de amigos, jogou as cinzas do marido no parque público Little Island, no Rio Hudson, na cidade de Nova York, um dos locais preferidos do casal.  

Homenagens

Neste um ano de ausência de Paulo Gustavo, o humorista ganhou muitas homenagens. No dia da missa de 7º dia, o Cristo Redentor, um dos mais importantes e famosos cartões postais do país, ficou apagado.

A Prefeitura de Niterói, cidade do Rio de Janeiro onde o ator nasceu e cresceu, mudou o nome de uma das mais importantes ruas da Zona Sul do local. A rua Coronel Moreira César, passou a se chamar Rua Ator Paulo Gustavo.

Uma estátua do ator, ao lado da personagem de Dona Hermínia, também foi inaugurada, em novembro de 2021, em Niterói. Em dezembro do mesmo ano, a prefeitura niteroiense colocou em prática o Circuito Turístico Cultural Paulo Gustavo, que inclui pontos famosos da cidade exaltados nas obras do comediante.

Paulo Gustavo foi enredo da escola de samba São Clemente no Carnaval 2022. A agremiação que levou para a avenida a trajetória do humorista, desde a infância até o sucesso.

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