O Coldplay lança nesta sexta-feira (4) o décimo álbum da carreira. Uma banda cada vez mais consolidada no universo pop, o “Moon Music” é menos comercial que o disco anterior, o Music Of The Spheres, mas que aposta na fórmula de sucesso dos britânicos desde o fim dos anos 2000.
O Band.com.br participou de uma listening party, promovida pela gravadora Warner Music Brasil, que aconteceu no Parque Pico Das Cabras, em Campinas, no interior de São Paulo, referência em astronomia no país. Vibe que combinou perfeitamente com a estética de lançamento do “música da lua”.
O caminho que o grupo britânico formado por Chris Martin, Will Champion, Jonny Buckland e Guy Berryman tomou com o passar dos anos é muito diferente do Coldplay do início da carreira, a saudosa era melancólica e alternativa. A virada de chave começou em “Viva La Vida”, e ficou mais evidente em “Mylo Xyloto”, conectando ainda mais a banda no universo popular - tanto musical quanto de público.
Com essa escolha, talvez, o grupo tenha perdido características pontuais para os “oldplayers”, mas a essência do piano ou violão de Chris Martin, tão conhecidos no álbum de estreia Parachutes, permanecem ali.
Para quem acompanhou os últimos lançamentos do Coldplay, o Moon Music - parte dois do Music Of The Spheres - é melhor que a primeira parte do álbum, conhecido pelo público em 2021 e contou com o hit My Universe, e está no mesmo patamar do Everyday Life - álbum pouco trabalhado e, digo, até esquecido pela própria banda.
Tracklist do Moon Music
Do novo álbum, o público já conhece “Feels Like I’m Falling in Love”, um pop genérico, mas que funciona, e muito, em shows com estádios lotados. “We Pray”, single que flerta com o hip hop, é uma grande surpresa, seja pela letra ou melodia, desde quando os britânicos cantaram pela primeira vez em Glastonbury.
Ainda falando de “We Pray”, a canção conta com participações de Burna Boy, Little Simz, Tini e Elyanna, que é uma cantora de origem palestina e ganhou sua versão da música em árabe, o que a torna ainda mais grandiosa no cenário mundial da atualidade.
“I am a Mountain” e “All My Love” são as músicas mais impactantes do álbum. Melodia, letra, arranjo… Elas crescem no decorrer dos minutos e são cativantes. Em “Jupiter”, temos Chris Martin na voz e violão, e se encaixa perfeitamente na proposta do Moon.
Quando a banda divulgou a tracklist do álbum, era de se esperar que “Moon Music” fosse uma espécie de abertura, mas ela se torna uma balada no piano. Aproveitando o gancho, a transição de uma faixa para outra é o grande acerto do Coldplay.
Na mesma estética eletrônica que outros grandes sucessos da banda, o Coldplay apresenta “Good Feelings”, com participação de Ayra Starr, e “Aeterna”. No entanto, elas ficaram perdidas dentro do contexto do álbum.
Meses antes do lançamento, a banda deu a entender que o baterista Will Champion teria um single para chamá-lo de seu e, no final, fez falta uma tonalidade diferente.
O álbum fecha com “One World”, que foi apresentada exclusivamente aos fãs brasileiros durante a turnê da banda no país em 2023. Apesar do verso repetitivo que dá o nome da canção e da mensagem de “só um mundo”, a ingenuidade e até otimismo de Chris Martin em relação à humanidade é uma coisa de se admirar.
Moon Music é um álbum bem produzido, com boas transições e um pop genérico - e às vezes é disso que a gente precisa -, longe dos padrões do início do Coldplay, mas que remete a fase da banda na última década. Porém, como eles só vão lançar mais dois álbuns, precisam realmente disso, de gravar o que acreditam hoje em dia, ou de um projeto aonde eles voltam às origens, entre “Parachutes” e “X&Y”?
Antes do lançamento, Phil Harvey, quinto integrante do Coldplay, chegou a dizer que esse seria o melhor disco da banda, mas o fato é que isso não se confirma. No entanto, de modo geral, se fosse em época escolar, o Moon Music passava de ano.