Há três anos, a catarinense Michele Crispim levantava o troféu na final ao vivo na final do MasterChef 4. De lá para cá, muita coisa mudou. Além do prêmio de R$ 200 mil e da bolsa de estudos na escola Le Cordon Bleu, em Paris, ela viu no prêmio uma maneira de deixar de lado a carreira em Gestão de Pessoas e se dedicar 100% à gastronomia. “Hoje trabalho com o que eu amo, seja cozinhando em eventos, ministrando workshops, cuidando da minha empresa ou compartilhando receitas nas minhas redes sociais, tudo gira em torno da cozinha”, conta em entrevista ao Portal da Band.

Para os mais de 280 mil seguidores no Instagram, Michele divide receitas, divulga seu trabalho e faz questão de falar sobre representatividade. "Acredito que ser a única vencedora negra do Masterchef Brasil é muito significativo. Ocupar este lugar faz com que outras pessoas negras se sintam ali representadas e se sintam também confiantes a tentar alcançar esse posto."

Em um bate-papo, ela fala sobre o que mudou depois do programa, seus sonhos na gastronomia, como lida com a exposição e a importancia da sua vitória no reality. Leia a seguir:

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O que mudou na sua vida desde que venceu o MasterChef?
Absolutamente tudo. E fico muito feliz, pois eu entrei no Masterchef disposta a uma mudança. Hoje trabalho com o que eu amo, que é a gastronomia. Seja cozinhando em eventos, ministrando workshops, cuidando da minha empresa ou compartilhando receitas nas minhas redes sociais, tudo gira em torno da cozinha. O Masterchef abre uma série de portas. Já trabalhei para muitas grandes marcas, o que me fez ter boas oportunidades de aprendizado e também financeiras.

Manteve contato com outros participantes e jurados?
Tenho contato com alguns ex participantes sim e já encontrei algumas vezes os jurados, em finais do programa ou outros eventos.

Quem é seu participante preferido de todas as edições do MasterChef?
Essa pergunta é muito difícil! Tenho alguns preferidos. Gosto muito da trajetória da Dayse do Masterchef Profissionais, por exemplo. Além de ter demonstrado um supertalento, a participação da Dayse trouxe outro tema muito pertinente para o universo da gastronomia profissional: o machismo. Ela fez história.

Você fala bastante sobre representatividade. Como você vê sua vitória no programa?
Sim, falo sobre esse tema pois acho que extrema importância essa discussão. Acredito que ser a única vencedora negra do Masterchef Brasil é muito significativo. Ocupar este lugar faz com que outras pessoas negras se sintam ali representadas e se sintam também confiantes a tentar alcançar esse posto, que é um sonho para quem ama cozinhar e é também fã do programa.

Qual a melhor e pior parte de toda a exposição que o reality traz?
Sim! Felizmente eu tive um grande apoio do público durante a minha participação no programa, e isso se refletiu nas redes sociais. O Instagram é uma ferramenta de trabalho muito importante para mim. E trabalhar como “influenciadora” é uma tarefa mais difícil do que a maioria das pessoas imagina. Exige bastante dedicação para a criação de conteúdos relevantes, com a frequência e qualidade necessárias. Talvez a parte mais difícil seja que hoje em dia você não pode errar. Uma palavra mal colocada pode gerar um “cancelamento” nas redes sociais. Então é preciso estar muito atenta.

Arquivo Pessoal

Você se formou em Gestão de Pessoas. Sua profissão mudou depois do MasterChef?
Sim, sou formada e trabalhava com gestão de pessoas até antes de entrar no programa. Mas hoje eu não trabalho mais na área. Hoje eu trabalho com gastronomia em diferentes vertentes. Tenho uma pequena fábrica de sobremesas, trabalho como criadora de conteúdo para redes sociais, realizo eventos e trabalhos publicitários.

O que ainda falta realizar na gastronomia?
Ainda quero concluir os outros módulos da Le Cordon Bleu no curso completo de pâtisserie. E em breve abrir o meu próprio ateliê. Além de expandir minha empresa com outros produtos.

Carlos Reinis/Band