Nadja Haddad foi convidada do Melhor da Tarde desta sexta-feira (19) e, durante momento emocionante com Catia Fonseca, falou sobre o processo difícil que tem enfrentado desde o nascimento de seus filhos gêmeos: um dos bebês faleceu e o outro segue internado em UTI neonatal, em São Paulo.
A jornalista afirmou que não teve tempo de viver o luto, pela necessidade de ser forte pelo outro bebê, que segue internado, mas destacou que não consegue ver vídeos de quando Antônio ainda estava vivo. “Sabe que eu não consigo nem ver vídeos que eu tenho do coração batendo na minha barriga, porque dá vontade de voltar no tempo e falar: ‘Meu Deus, ele ainda estava ali’”.
Eu ainda estou vivendo isso, mas eu tenho uma fé tão intensa, minha relação de intimidade com Deus é tão grande que eu, em nenhum momento, questionei. Eu entendo que o Antônio ele é tão evoluído, um espírito de tanta luz que ele veio por um curto período para nos ensinar tanta coisa.
“Eu jamais imaginei viver isso. Eu nunca nem tive medo de viver isso, porque pra mim era algo que não aconteceria. Eu rezava todos os dias pra ir embora do hospital com os meus dois bebês no colo. E hoje, graças a Deus, eu tenho um lá que está vencendo, que está me dando tantas alegrias. Então, a gente vive entre o luto e a esperança”, lamentou Nadja.
A jornalista afirmou que, em meio à tanta dor, espera que o relato de sua experiência nas redes sociais e em entrevistas ajude a curar outras dores, de pessoas que estejam passando isso sem toda a visibilidade que ela tem. “Tudo que eu mais peço o tempo inteiro é que é minha dor ajude a curar outras dores. A gente tem que encontrar o lado positivo, o benefício até mesmo na dor. E é assim que a gente supera, é assim que eu consegui ficar mais forte”, disse.
Eu nunca fui uma pessoa de expor muito a minha intimidade, de ficar expondo o meu dia a dia, mas existem coisas que são fundamentais. Existem outras mães passando pela mesma situação que eu e que não são ouvidas e nem vistas. Existem outras mães de UTI neonatal que estão enfrentando a mesma coisa e que se entregam.
“É importante a gente ter alguém como referência pra gente saber em qual caminho seguir, se fortalecer, pegar um estímulo. Então eu sumi depois que eu tive os bebês, até porque eu não consegui, não tinha nem força pra me manifestar, mas eu fiz questão de contar, de dar o meu relato de parto, que não foi fácil, não chegou nem perto do meu sonho”, explicou.
Nadja Haddad afirmou que não teve tempo de “viver” o luto pela morte de Antônio e explicou que José, o outro bebê, é quem faz ela seguir forte. “Eu lembro na noite em que o Antônio estava muito mal, que Deus o recolheu, o José tá pior. Então, eu ficava me dividindo, sabe? E numa luta incessante, com muita fé, eu ajoelhava naquela UTI e eu orava fortemente”, disse.
Não seria justo eu me entregar ao luto e deixar aquela vida forte, que ele é muito forte, de lado. Ao contrário, ele precisa de mim bem. Então, eu me permito ficar mal, me ficar triste, porque ninguém tem que ser forte o tempo inteiro. Eu me permito fora da UTI. Na minha casa, com o meu marido, com os meus amigos.
José segue internado na UTI neonatal, em São Paulo. Na última quinta-feira (18), ela emocionou os fãs ao compartilhar uma foto do pequeno no hospital.