Uma briga por lugar na fila de um supermercado se transformou em caso de racismo e lesão corporal em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. A vítima é o jornalista Daniel Nascimento, do jornal ‘O Dia’, que falou com exclusividade ao Melhor da Tarde, e desabafou sobre o episódio.
Daniel contou que foi agredido e xingado por mãe e filha, Rosemary e Letícia Karam, com ofensas racistas, socos e arranhões. Ele reagiu às agressões e foi ameaçado pelas duas.
"Eu não compactuo com agressão, com violência, vivi isso dentro de casa, mas se eu não me defendesse, ela ia me desconfigurar. A unha dela atingiu meu rosto, ela me arranhou muito, e eu me defendi", disse a vítima.
A mulher mais nova chegou a ser presa em flagrante por crime resultante de preconceito de raça ou de cor, mas teve liberdade provisória concedida pela justiça, desde que respeitasse algumas medidas.
“Foi um show de horrores”, pontuou Daniel.
"Eu me sinto culpado. Me sinto envergonhado de aparecer em rede nacional sem ser pelo meu trabalho. Mas as pessoas precisam ter medo de serem expostas. O racismo mutila e vai matando aos poucos, dessa vez eu não quis me calar", disse o jornalista.
Indignado com a atitude das agressoras, Daniel revelou para Catia Fonseca que já sofreu com atitudes racistas antes, mas que nunca havia sido agredido fisicamente, e refletiu sobre pessoas que têm este tipo de comportamento:
"Os racistas se acham no direito de tocar na gente, donos dos nossos corpos. A escravidão acabou", frisou.
Letícia Karam está proibida de fazer contato ou se aproximar das vítimas e das testemunhas dos fatos. Daniel teme que a agressora justifique o episódio com um laudo de problemas psicológicos, mas garantiu que vai levar o caso adiante e buscar por justiça.
"Quero que a justiça seja feita. Ela é uma pessoa descontrolada, racista, que não sabe viver em sociedade. Mas eu vou continuar, não vou deixar passar", concluiu.