No último ano, mais de 400 mil famílias no Brasil precisaram se despedir de um ente querido, vítima da pandemia. Na última terça-feira, 4, familiares, amigos e fãs disseram adeus precocemente a Paulo Gustavo, de 42 anos, também por conta do novo coronavírus. De acordo com a psicóloga Mariele Khedi, que deu entrevista ao Melhor da Tarde nesta quarta-feira, 5, é preciso saber lidar com o luto para superá-lo.
De acordo com ela, é importante que as pessoas passem pelo ciclo do luto. “Abafar os sentimentos e não verbalizar a dor, pode levar a um quadro de depressão, outras doenças e melancolia. É preciso verbalizar sua dor. Não dá para controlar", indica.
O aconselhado é procurar uma rede de apoio, de amigos e familiares, para conversar e ter suporte nesse momento tão difícil. “Se não quer demonstrar na sua casa, busque suporte psicológico e ajuda especializada. Você não pode abafar seus sentimentos porque o luto não é uma depressão, mas pode evoluir para uma depressão quando não é superado”, afirma.
Segundo Khedi, cada um tem seu tempo para superar uma perda. O importante é viver todas as fases até chegar num ponto de aceitação, até mesmo quando se trata de uma perda de um ídolo. “É como se tivesse perdido um amigo ou um ente querido”, explica. “O legado que Paulo deixou é de amor, afeto, generosidade. Então os milhares de fãs podem seguir com isso, dando esse exemplo para todos, pensando num mundo melhor”, completa.
Nesse caso, ela aconselha seguir verbalizando e conversando sobre o assunto, mesmo que seja nas redes sociais, com outros fãs que estão passando pela mesma dor. “A perda em si já é traumatizante, nós gostaríamos de acreditar que todas as pessoas que a gente ama, nossos ídolos, são imortais, mas não são. Somos todos imortais, finitos.”