Donald Trump foi eleito Presidente dos Estados Unidos, na madrugada desta quarta-feira (06), depois de uma intensa corrida eleitoral contra Kamala Harris. O Melhor da Tarde repercutiu as eleições americanas e conversou ao vivo com a jornalista Adriana Araújo, que está em Washington e explicou como a eleição do Republicano afeta diretamente a economia brasileira.
A jornalista, que é âncora do Jornal da Band, explicou que todas as movimentações na economia estadunidense afetam diretamente a economia brasileira. Ela explicou, por exemplo, que a taxação americana nos produtos importados é um dos maiores responsáveis pelas oscilações do dólar no país. “Logo que ele venceu aí no Brasil, teve um movimento de alta do dólar, que já estava alto, mas aumentou ainda mais e passou dos R$5,80. Inclusive, a Juliana Rosa estava ao vivo comigo na Band News TV, passando a informação de que já caiu, já baixou um pouco aí no Brasil…”, disse. “O que acontece é se ele taxa para proteger a indústria americana, para proteger os empregos aqui nos Estados Unidos, ele sobe os impostos, as taxas que ele aplica sobre as as mercadorias de outros países que entram aqui nos Estados Unidos”, explicou.
Adriana Araújo destacou que, assim, os produtos brasileiros ficam menos competitivos e, assim, a economia pode ser prejudicada. “O Brasil exporta bastante aqui para os Estados Unidos, então o produto brasileiro fica menos competitivo para concorrer com os produtos americanos. Esse é o objetivo do Trump, que ele diz que vai fazer. Com isso, o nosso país exporta menos pros Estados Unidos e isso isso é ruim e nossa economia pode sofrer com isso, então esse é um ponto”, disse.
“O outro ponto é a variação do dólar… Se o dólar continua muito alto, isso afeta a nossa inflação porque muitos produtos que a gente paga aí tem o efeito do dólar alto, mas é preciso acompanhar. Tem o primeiro reflexo inicial do anúncio da Vitória e depois você tem que acompanhar a medida que as decisões econômicas dele forem tomadas e anunciadas, mas a economia americana afeta diretamente a economia brasileira”, continuou a jornalista.
A jornalista da Band, direto de Washington, destacou que outro ‘problema’ para o Brasil pode ser as altas taxas de juros em solo norte-americano. “Vou te dar um último exemplo que é os Estados Unidos estão com taxa de juros alto. Enquanto os juros estão altos aí, menos investimentos são feitos no Brasil, porque eles preferem investir aqui. Tem vários pontos em que as decisões aqui afetam o nosso bolso aí”, finalizou.
Inflação e poder de compra influenciaram voto em Donald Trump, diz especialista
A inflação e o poder de compra dos norte-americanos influenciaram o voto em Donald Trump, declarado vencedor das eleições presidenciais nos Estados Unidos nesta quarta-feira (6).
Em entrevista ao BandNews Station, o professor de relações internacionais Sidney Leite avaliou que a economia sempre tem grande peso ao eleitor no país. "Quando a economia vai bem para o americano médio, o governo ganha. O americano é quem mais consome no mundo", afirma.
Leite pontuou que a inflação atrapalhou a campanha de Kamala Harris, atual vice-presidente da gestão de Joe Biden. "A inflação foi decisiva para a economia, a inflação deteriorou os índices positivos que a Kamala poderia levar para o eleitor americano, inclusive a questão do desemprego", pontuou.
Atualmente, a taxa de desemprego nos Estados Unidos é de 4,1% e a inflação atual é de 2,4%, mas durante toda a gestão de Biden, chegou a até 9,1% ao ano.
Leite cita que o índice de desemprego é algo a ser cuidadosamente avaliado nos Estados Unidos. "É preciso analisar se o emprego gerado, tem o mesmo patamar salarial anterior? Ou o empregado tem um salário menor? Isso é marcante no eleitor norte-americano", disse.