O Melhor da Tarde recebeu nesta quinta-feira, 4, o infectologista Jamal Suleiman e o jornalista Nelson Gomes, do BandNews TV, para falar sobre a situação da pandemia causada pelo novo coronavírus no Brasil. De acordo com o médico, trata-se de uma “crônica anunciada”.
“A gente tem chamado a atenção há pelo menos 12 meses que qualquer momento que a população faz aglomeração, o subproduto disso grave é o estresse sobre o sistema de saúde e o aumento do número de mortes”, explicou o especialista.
De acordo com Suleiman, esse novo pico da doença é mais grave que o primeiro pois o sistema de saúde inteiro do Brasil corre o risco de colapsar. “A pandemia corre solta no país e você tem todo o país vivendo o mesmo problema ao mesmo tempo. Isso faz com que todos os sistemas de saúde sofram estresse ao mesmo tempo e isso é determinante para esse número obsceno de mortos”, disse.
De acordo com os dados oficiais do Ministério da Saúde, morreram 1910 pessoas nas últimas 24 horas – o total de mortos é superior a 259 mil. “Se continuar nessa toada, provavelmente vamos passar de 2 mil”, analisou o jornalista Nelson Gomes.
A grande esperança está na vacinação, com 7,3 milhões de pessoas já imunizadas no país. O Ministério da Saúde também acertou a compra de 99 milhões de doses da vacina da Pfizer e negocia a aquisição do imunizante da Janssen, empresa do grupo Johnson & Johnson.
“É uma esperança distante, principalmente no Brasil. A vacina está demorando para chegar e a gente não tem o que fazer”, lamentou Gomes, que relatou a dificuldade que alguns estados estão tendo para vacinar os grupos prioritários por falta de doses.
Atualmente, o Brasil aplica a CoronaVac, da Sinovac e do Instituto Butantan, e a vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford. A origem do imunizante foi contestada por alguns grupos políticos.
“Você sabe de onde vem a vacina para a gripe? Não importa, o que importa é você estar imunizado. Criou-se uma celeuma tão grande sobre onde vem e todo mundo descobriu que vem da China. O que importa de onde vem? O que importa é o que ela vai provocar na gente: imunidade”, finalizou o jornalista do Grupo Bandeirantes.