Aconteceu nesta quinta (22), a inauguração da Sala Digital Band e Google, onde a equipe da Band monitora o interesse da população com pesquisas on-line, em tempo real e traduz para o público por meio de gráficos e notícias. Catia Fonseca apresentou o Melhor da Tarde do espaço e além de uma reportagem, mostrou dados sobre violência doméstica no Brasil.
A Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal, o número de telefone 180, que atende vítimas de todo o Brasil, recebeu cerca de 84 mil chamadas entre janeiro a julho deste ano, 33,5% a mais do que no mesmo período em 2023.
Entre as denúncias realizadas, 2.432 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto em 1.696 o denunciante foi uma terceira pessoa. A casa da vítima ainda é o cenário onde mais situações de violência são registradas.
Pelo 180, serviço do Ministério das Mulheres, é feito o encaminhamento das vítimas e de denunciantes anônimos a serviços de apoio. Mas, em caso de emergência, é recomendado pelas autoridades a acionarem a polícia, indo a uma delegacia ou ligando para a Polícia Militar pelo 190.
Ellen dos Santos Costa, coordenadora-geral do Ligue 180, afirma que o objetivo é ampliar o serviço para vítimas de violência. "Nosso esforço é para a denúncia chegar às autoridades e serviços locais em até 48 horas", diz.
Conforme as informações fornecidas pela Sala Digital Band e Google, as principais buscas são: o número de violência doméstica, delegacia da mulher, tipos de violência contra a mulher e como denunciar violência doméstica.
Identifique os tipos de violência
Identificar e nomear a violência sofrida é um dos primeiros passos para quebrar o ciclo de agressões. A ideia é tornar visível o que, antes, era silenciado. Dessa forma, cada vez mais mulheres denunciam e se livram de relacionamentos abusivos.
Segundo uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do DatafolhaLink externo., 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente por minuto no país em 2022.
Outro estudo do DataSenado, aponta que a violência psicológica é a mais recorrente (89%), seguida pela moral (77%), pela física (76%), pela patrimonial (34%) e pela sexual (25%).
Afinal, qual a diferença entre elas?
Física: entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher. Como espancamento, tortura, estrangulamento e outros ferimentos que possam ser causados. A culpa não é dela e sim, ele fará de novo!
Moral: calúnia, difamação e injúria são crimes comuns. Com as mulheres acontece quando elas são acusadas de traição, quando têm a vida íntima exposta, quando são xingadas ou desmoralizadas por um pensamento, conduta ou forma de se vestir.
Mulheres que escutam coisas como: “Isso não é coisa de mulher que se dá ao respeito”, “Se deixou gravar, não pode se importar que vaze”, “Burra desse jeito, não vai conseguir nada melhor” - são vítimas de violência moral.
Patrimonial: Ele controla o dinheiro? Priva a mulher de bens, valores ou recursos econômicos? Causa danos aos objetos que ela mais gosta? Esse tipo de conduta configura violência patrimonial.
Escutar coisas como: “Se você sair desta casa, vai sair com uma mão na frente e outra atrás” ou “Eu não pago mais pensão para você” não é normal. É crime — e a mulher está amparada pela lei para denunciar.
Psicológica: Acontece quando a mulher se sente controlada, vigiada, chantageada ou é impedida de ir a determinados lugares, ou encontrar amigos e familiares. Tudo isso causa danos emocionais, diminuição da autoestima e é crime.
“Se fosse outro, já tinha te enchido de porrada”, “Já se olhou no espelho hoje?”, e “Tá Louca? Eu nunca falei isso”, são frases comuns neste tipo de violência.
Sexual: Qualquer tipo de relação sexual não desejada é estupro. Além disso, proibir o uso do preservativo, obrigar um aborto, ameaçar ou coibi-la é crime. Para não restarem dúvidas, frases como essas, são criminosas:
“Se você é fiel mesmo, a gente não precisa de camisinha”, “Você é minha mulher, não tem que querer”, “Se você me ama, prova”.
Quais são os canais de denúncia?
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. Contudo, existem outros espaços que permitem a denúncia.
Nos espaços públicos que prestam serviços de saúde, mulheres que sofrem violência física ou sexual, podem ser ajudadas. Assistência médica, de enfermagem, psicológica e social são fornecidos antes mesmo do Boletim de Ocorrência ser feito.
A assistência social presta serviços que podem garantir as condições básicas de vida da mulher, como proteção urgente, moradia e alimentação. Além disso, o órgão está capacitado no apoio de questões como divórcio e guarda dos filhos, podendo também encaminhar mulheres para uma Casa da Mulher Brasileira.
Esses espaços foram criados para funcionar como um centro de apoio e esperança às vítimas de violência doméstica, integrando diversos serviços especializados. Estão em funcionamento nas seguintes unidades no país: Brasília, Curitiba, São Luís, Campo Grande, Fortaleza, São Paulo e Boa Vista.
Também existem Casas-abrigo, que oferecem moradia e proteção para mulheres sob grave risco ou ameaça por um período e Casas de Acolhimento Provisório, que também acolhem vítimas com ou sem seus filhos por até 15 dias, sendo que este lugar abriga mulheres que não correm risco iminente a vida.
Os Centros de Referência para Mulher (CRM, CDCM, CEAM, CAM, CRAM, CIAM, CRAMV) são para tudo isto e mais um pouco: neles é possível também conseguir acesso a benefícios sociais e vagas em abrigamentos.
Já a polícia e a justiça são responsáveis por proteger a integridade da mulher, responsabilizar e penalizar os agressores. Caso você esteja em situação de risco e violência, disque 190. É o telefone para acionar socorro imediato.
Diante de qualquer situação que configure violência doméstica, a mulher deve registrar a ocorrência em uma delegacia de polícia, preferencialmente nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher – DEAM, que funciona 24 horas por dia, todos os dias.