Samuel Oliveira, 19, estava saindo do trabalho e indo em direção à academia quando foi abordado por um policial. O agente disse que ele era suspeito de assalto, e mesmo não tendo ideia do que estava acontecendo, o auxiliar mecânico o acompanhou até a delegacia. Lá, ele foi confundido com um criminoso e foi enviado injustamente para uma cadeia, onde passou 9 dias.
“Eu pensava que era uma abordagem de rotina. Nunca pensava que eu ia ficar preso 9 dias”, desabafou o rapaz durante o Melhor da Noite desta quarta-feira (23). “Infelizmente nós que somos da periferia sofremos isso todo dia. Expliquei para ele [o policial] que estava voltando do serviço, indo para academia. Ele falou: ‘É você e a se a vítima reconhecer você vai ficar [preso]", complementou.
Oliveira usava uma roupa que não lembrava em nada a que foi descrita para a polícia e na hora do reconhecimento, ele foi a única pessoa apresentada. Desesperada, a família dele, em especial as irmãs, se mobilizaram para ajudá-lo e foram atrás de provas, que iam desde imagens de câmeras de segurança até comprovantes do bilhete único.
“Ele lutando com estudo, trabalho, esforça. Mesmo assim foi vítima desse sistema racista", definiu Taina Oliveira, uma das irmãs.
“Queria agradecer minha família, minha irmã, que infelizmente perdeu até o serviço dela para correr atrás das provas, o que era obrigação da polícia”, afirmou Samuel.
Quando saio e vejo polícia já passa um filme na minha mente, já lembro daquela cena de novo. Dá medo de acontecer de novo.
Após relatar sua história, Samuel teve um momento emocionante no palco do programa ao cantar com o rapper Thaíde, que se solidarizou com a situação dele.