Cão morto em avião da Gol pode ter sofrido de estresse térmico, diz veterinária

Joca estava previsto para passar 2h30 na aeronave, mas depois do erro ficou 8h à bordo do avião e acabou morrendo

Da Redação

Uma tragédia envolvendo a morte de um cachorro da raça golden retriever em um avião da Gol mobilizou o país nesta semana: Joca, que deveria ir de São Paulo a Sinop (MT), foi enviado por engano para Fortaleza e, depois de ficar 8 horas na caixa de transporte, morreu. No Melhor da Noite desta quarta-feira (24), a médica veterinária Juliana Stephanie explicou que o animal pode ter sofrido de estresse térmico.

Joca estava previsto para passar 2h30 na aeronave, mas depois do erro ficou 8h à bordo do avião e acabou morrendo. “A causa da morte foi parada cardíaca, o que pode ter contribuído é o fator do estresse. O estresse térmico, que provavelmente o Joca sofreu, faz com que todo o organismo seja descompensado e pode ter uma parada cardiorrespiratória por causa da temperatura alta", explicou a veterinária.

Na minha avaliação, foi um erro da companhia aérea e do aeroporto. Da companhia aérea principalmente porque colocou o Joca em um destino completamente diferente e do aeroporto por receber um animal sem condições e não alocar ele em segurança, durante a espera para o segundo voo, com destino a São Paulo.

Em entrevista, a veterinária contou que o procedimento correto seria avaliar o quadro clínico do pet fora da caixa de transporte e longe do sol. “Ele tinha que ter sido colocado em algum lugar que não fosse na pista, no sol. O correto seria o pet ser colocado em uma sala com temperatura controlada, ele deveria ter sido retirado da caixa de transporte para observar a situação de saúde dele e ter tido a hidratação adequada", disse.

“Quando a gente vê a filmagem, eles praticamente deram água em um conta gotas. Aquele recipiente de água sai de gota em gota, então um golden com certeza não foi hidratado adequadamente para o tamanho dele com a aquela quantidade de água”, completou.

Juliana Stephanie destacou que viajar no porão do avião não foi um problema. “O fato de viajar no porão da aeronave não é uma causa de morte. O porão da aeronave, quando a aeronave aceita o transporte de pets, é pressurizado. A pressurização é igual a da cabine, então é completamente compatível com a vida do animal e a temperatura é controlada pelo piloto. A temperatura também é compatível com a vida do animal”, disse.

Em nota, a Gol confessou que errou no procedimento. Veja comunicado leio pela apresentadora Pâmela Lucciola ao vivo:

"Em nota, a companhia aérea Gol admitiu que houve uma falha operacional ao embarcar o cão em um avião para Fortaleza. Disse que se solidariza com o sofrimento do tutor, Joca, e que lamenta profundamente a perda do animal de estimação. O comunicado diz ainda que a companhia está oferecendo todo o suporte para o tutor e sua família. A apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com total prioridade"

A apresentadora finalizou lamentando o ocorrido. “Nada vai trazer o Joca de volta, mas ter a explicação e entender o que aconteceu, ajuda que não aconteça mais daqui para frente. Ajuda a nunca mais voltar a acontecer”, disse. “Nada pode reparar uma perda como essa, mas a gente espera que as punições sejam aplicadas, que a apuração seja impecável e a gente possa saber o que aconteceu por trás dessa tragédia”, completou Zeca.

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