Brasil não está preparado para enfrentar desastres climáticos, diz especialista

O estudioso, que foi incluído em fevereiro de 2024 na lista de pessoas que estão melhorando o mundo por meio de seu trabalho, citou a recorrente tragédia no Pantanal e o desastre no Rio Grande do Sul como exemplos da falta de preparo do país

Da Redação

A queimada no Pantanal segue preocupando especialistas e, durante o Melhor da Noite desta quinta-feira (27), o ambientalista Ângelo Rabelo, Fundador e Presidente do Instituto Homem Pantaneiro, afirmou que o Brasil não está pronto para enfrentar eventos e desastres climáticos.

O estudioso, que foi incluído em fevereiro de 2024 na lista de pessoas que estão melhorando o mundo por meio de seu trabalho, citou a recorrente tragédia no Pantanal e o desastre no Rio Grande do Sul como exemplos da falta de preparo do país. “São eventos novos que estão chegando e que o país precisa justamente viver esse novo normal que é uma condição climática que nos cobra algo que nós deveríamos ter começado a fazer 30 anos atrás que não o fizemos e agora as dimensões dos desafios são maiores”, disse.

Os eventos climáticos são a realidade que lamentavelmente em despeito de algum negacionismo que pouco contribui para manter unido pouco estrutura que nós temos, né?

Rabelo destacou que, no caso do Pantanal e em outros desastre envolvendo queimadas, a ação humana é um fator determinante. “Lamentavelmente, a ação humana está presente no início desses processos. Para você ter uma ideia, nós temos aí quase 60% a menos de área inundada: o Rio Paraguai, que comumente estaria agora com 4 metros, está com menos de 1,30. Então, menos área alagada, menos água, tornando os ambientes, de uma forma geral, extremamente vulneráveis ao fogo. Isso cria ainda um desafio gigantesco para esse enfrentamento, que é justamente a logística porque são áreas distantes, sem estradas, sem energia”, explicou.

O ambientalista finalizou a entrevista destacando que a tendência é que cada vez mais sejamos afetados pelas próprias iniciativas. “Individualmente, sinto que existe uma batalha ainda cada vez maior e que com certeza precisamos do engajamento de todos. Todos nós seremos afetados pelas nossas iniciativas ou pelas nossas omissões”, disse.