Na última semana, Meghan Markle venceu em última instância a ação que movia contra a Associated Newspapers, editora do jornal britânico Mail on Sunday e do portal de notícias Mail Online, pela publicação de uma carta escrita por ela a seu pai Thomas Markle. O tribunal considerou que a Duquesa de Sussex foi a única autora da carta “privada e confidencial” enviada a seu pai em agosto de 2018, três meses após o seu casamento com o príncipe Harry.
Desde que Meghan começou a namorar o Príncipe Harry, seu relacionamento com o pai piorou porque ele mantinha interação com a imprensa britânica, que se empenhava em divulgar polêmicas sobre a Duquesa antes de seu casamento. Até que em fevereiro, o pai de Meghan enviou uma carta dela ao Mail on Sunday, cujos trechos foram publicados.
Na carta, Meghan dizia estar profundamente entristecida com o pai e não entendia porque ele estava agindo daquela forma. “Por favor, permita-nos viver nossas vidas em paz. Por favor, pare de mentir, pare de causar tanta dor, pare de explorar meu relacionamento com meu marido”, escreveu.
A alegação da defesa
Os advogados da editora haviam levantado a hipótese de que Meghan não seria a única autora da carta, mencionando que o texto poderia ter sido ajustado e reescrito pelo ex-chefe de comunicações do Palácio de Kensington, Jason Knauf. Mas a Suprema Corte de Londres não acolheu este argumento já que Knauf negou enfaticamente a sua colaboração em depoimento ao tribunal.
“O Sr. Knauf não redigiu, e nunca alegou ter redigido, nenhuma parte do esboço eletrônico ou da carta”, afirmaram os advogados de Meghan em documentos oficiais do tribunal, divulgados na quarta-feira, acrescentando que a Duquesa de Sussex escreveu a carta usando o aplicativo Notes de seu iPhone “por volta da primeira semana de agosto de 2018.”
No entanto, os advogados de Meghan revelaram que ela havia sim compartilhado o teor da carta com o Príncipe Harry e com Jason Knauf para obter apoio, pois este foi um processo profundamente doloroso que eles viveram com ela e porque o Sr. Knauf era responsável por manter os membros mais antigos da Família Real informada de quaisquer questões voltadas para o público”.
Uma larga batalha na justiça
Desde 2019, Meghan Markle mantém a briga na justiça britânica contra a editora Associated Newspapers. Foi em setembro de 2019 que a Duquesa processou a editora pela primeira vez por haver publicado trechos de sua carta “privada e confidencial” em artigos publicados nos meios impressos e online em fevereiro de 2019.
No mesmo mês ao qual a carta foi publicada, Meghan obteve a primeira vitória judicial contra a editora. Na época, o juiz da Suprema Corte, Mark Warby, decidiu que ela “tinha uma expectativa razoável de que o conteúdo da carta permaneceria privado”, acrescentando que “os artigos do Mail interferiram com essa expectativa”. O juiz determinou que o jornal não respeitou os direitos autorais da carta.
Em março de 2019, a Associated Newspapers foi obrigada a pagar US$ 625 mil dólares, aproximadamente R$ 3,22 milhões de reais, para Meghan como indenização. Mas essa decisão era somente uma parte do julgamento mais amplo que viria a seguir.
Além desse valor, a editora precisou desembolsar 100% dos estimados US$ 1,88 milhão dólares (aproximadamente R$ 9,8 milhões de reais) das despesas legais de Meghan pelo caso. Após a decisão definitiva e em última instância, a Associated Newspapers indicou que não se oporia ao julgamento.
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