Destaque no programa Antenados, da Rádio Bandeirantes, no último sábado, 27, o MC Livinho conversou com o apresentador Danilo Gobatto sobre a carreira, além de fazer um desabafo de uma infância “problemática” por conta do Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH). O cantor revelou que era muito impulsivo na infância e adolescência, mas que a má fase o tornou uma pessoa mais madura.
“Eu fui expulso de três escolas, briguei muito na rua, tive problema na Justiça. Eu não me alegro disso, mas isso me tornou a pessoa madura que eu sou hoje. O funk salvou a minha vida. Só Deus sabe o que eu poderia ter me tornado. Nem era para eu estar vivo, a depender das situações que já aconteceram comigo. Eu tive transtorno de déficit de atenção”, disse o fanqueiro.
O que fez para dar a volta por cima? Na adolescência, Livinho contou que canalizava toda a tensão do TDAH para compor músicas. Na ocasião, aproveitou para explicar como estourou no funk. Além disso, pontou que teve que trabalhar muito a personalidade dele para crescer na carreira, pois não queria causar uma imagem ruim de si.
“Quando eu estourei, eu estava estudando, terminando ainda. Eu já tinha repetido dois anos. Estava fazendo supletivo, no terceiro ano, e aí eu estourei no funk. Aí as pessoas começaram a me olhar de outra forma na escola. Tinham algumas polêmicas da vida, pois eu era muito encrenqueiro”, contou Livinho.
A seguir, leia os destaques da entrevista!
Muita gente topou tirar o “MC” do nome. E você?
No funk, o MC é uma parada que significa mestre de cerimônias. Então, eu sou o cara que valoriza muito as minhas raízes. A minha raiz é o funk. O MC é muito legal porque é a minha essência, né? Eu vim como MC, comecei como MC, como cantor de funk. Eu sou um cantor de funk que atingiu outras vertentes.
Livinho destaca lançamentos de músicas
Eu estou com um projeto de álbum de funk que comecei ano passado. Eu vou soltar, acho, umas 15 faixas ou umas 13 – eu estou pensando ainda – para eu juntar neste álbum de funk mesmo, com umas paradas diferentes. Tem esse, agora, que está há poucos dias aí. As pessoas já vão tê-lo na mão. Ele já está preparado, meio que no forno, já prontinho para sair. É o álbum de trap, que vai sair o primeiro single, depois, o segundo. Tem uma ideia legal o tema das letras, tem muito conteúdo. Aborda desde a depressão até uma festa, um rolê. Tem do trap consciente até o trap de festa.
Necessidade de apoio, instrução, amparo
Quando o ser humano é prepotente, ele não escuta ninguém. E, quando o ser humano está em evolução, ele aprende com os erros. Eu era uma criança um pouco problemática na minha infância, da qual eu trouxe muito para a minha carreira, quando eu cresci. Eu era uma pessoa assim: se eu não gostasse de você, eu falava na cara. O tempo me mostrou que a gente tem que ter muito jogo de cintura em algumas ocasiões, que não precisa você, toda hora, ser você 100% ali. Você tem a sua personalidade de um jeito, e a pessoa tem de outro e ela não pensa como você, ela não está ali para resolver algum problema, conversando, dialogando ou entendendo a sua parte. Então, é mais fácil a gente, às vezes, dar um pouco o braço a torcer do que a gente querer sair certo em tudo. Nem sempre a gente precisa querer estar certo. A gente precisa só querer a paz e fazer com que as pessoas reflitam. A minha família me ajudou nessa parte de conselhos, mas o que me fez criar uma mentalidade, uma maturidade mais forte e intelectual foram as cabeçadas da vida, quando a gente vai para a rua, descobre que tem que morar sozinho.
De menino rebelde a exemplo para novos fanqueiros
Na escola. Essas consciências foram na escola, devido a uma época em que eu estava dando muitos problemas. Quando eu estourei, eu estava estudando, terminando ainda. Eu já tinha repetido dois anos. Estava fazendo supletivo, no terceiro ano, e aí eu estourei no funk. Aí as pessoas começaram a me olhar de outra forma na escola. Tinham algumas polêmicas da vida, pois eu era muito encrenqueiro. Eu tretava com muitas pessoas. Às vezes, eu não guardava para mim. Sempre queria falar. Ou algumas pessoas me tiravam. Eu acabava sendo uma pessoa impulsiva nesse quesito. Aí eu falei: ‘Eu não sou só isso. Eu sou um cara que tem uma história muito louca. Tenho uma história de lutas e glórias para motivar um monte de MC que está começando.
Livinho desabafa sobre TDAH
Muitas vezes, as pessoas veem a condição de vida, quem é o Livinho hoje em dia, polêmicas e dizem que o cara não merece ter o que ele tem, mas não viram a luta. Você acha que, com cinco, sete, oito, nove anos, eu queria tomar remédio controlado? Eu fui expulso de três escolas, briguei muito na rua, tive problema na Justiça. Eu não me alegro disso, mas isso me tornou a pessoa madura que eu sou hoje. Só Deus sabe o que eu poderia ter me tornado. Nem era para eu estar vivo, a depender das situações que já aconteceram comigo. Eu tive transtorno de déficit de atenção. Tenho um pouco ainda, mas eu direciono tudo na música, hoje. Eu tive uma infância muito agressiva em relação ao meu comportamento. Às vezes, eu tinha uns lapsos de, do nada, a gente conversar, meu pai falar outra coisa, e eu parava para chorar e dizer: ‘Pai, um dia eu vou ser um exemplo para o senhor. Um dia, eu vou melhorar tudo isso, e o senhor não vai mais ficar irritado comigo’. Isso nuns momentos que eu não estava passando por nenhum problema, digamos assim, na rua ou em casa. Às vezes, vinham uns reflexos assim. Quem tem essa parada [transtorno de déficit de atenção], sabe que é uma parada impulsiva. Quando a gente é criança, a gente não consegue controlar. Eu consegui controlar graças a Deus, primeiramente, e colocando toda aquela tensão em letras de música.