Matheus Baldi fala sobre aprendizado após caso Klara Castanho: “Hoje peso mais”

Em entrevista ao Band.com.br, Matheus Baldi faz balanço da carreira, de atual momento no Melhor da Tarde e fala sobre ataques que recebe nas redes

Guilherme Machado

Matheus Baldi é um dos colunistas do Melhor da Tarde
Michelly Marques/Band

Quem assiste ao Melhor da Tarde sabe que Matheus Baldi tem sempre uma fofoca exclusiva para contar. Mas ele admite que já recebeu muitas informações que, por mais verdadeiras que fossem, jamais serão divulgadas por eles, por tratarem de assuntos extremamente sensíveis e que teriam a possibilidade de expor demais algumas pessoas. O jornalista destaca que sempre foi guiado pelo cuidado em seu trabalho, mas que isso foi redobrado sobretudo após o caso envolvendo a atriz Klara Castanho.

“Me tornei um cara um pouco mais tranquilo no meu processo de passar a notícia depois do caso da Klara. Eu acho que foi um caso muito delicado e que acho que vale destacar. Sou testemunha dela no processo, mas eu entendi que uma informação, se for conduzida pelo senso comum de uma maneira equivocada, pode gerar danos”, ressalta ele em entrevista ao Band.com.br.

Na época, Baldi recebeu a informação de que a atriz estaria grávida e que teria dado à luz, informação que publicou em seu Instagram. Pouco depois, ele recebeu um pedido da atriz para que apagasse o post, o que ele fez. Quando realizou a postagem, ele não sabia que a gravidez da intérprete ocorreu após um estupro.

“Hoje, eu peso muito sobre o que vai ser noticiado, tem notícias que entram no meu bloco de notícias impublicáveis, mesmo sendo notícias verdadeiras. Não vale ser notícia porque pode gerar um transtorno maior para os envolvidos”, complementou.

Atualmente, Baldi encara seu trabalho com muito mais leveza e não esconde sua alegria em poder fazer parte do time do Melhor da Tarde. Parar ele, a parte mais incrível de seu dia a dia e poder dividir uma mesa com colegas com quem tem uma boa sintonia, ou seja, com quem pode trocar de maneira genuína. 

“É uma equipe muito querida, muito legal de trabalhar junto. Tenho um carinho enorme, e uma sintonia com a Catia desde o primeiro dia que vim participar como convidado do programa. A mesma coisa com o Alex e com o Riccó que é o diretor. Por trabalhar com fofoca, às vezes a gente passa por temas sensíveis, que são um pouco mais complexos. Ter ao lado pessoas com princípios e valores parecidos com os meus e que acreditam que é possível fazer isso de uma forma pacífica, fazendo jornalismo de celebridades olhando para uma ótica mais positiva, facilita muito meu trabalho. Isso me dá uma alegria danada”, vibra.

A recepção do público também tem sido ótima. Além dos muitos elogios que recebe nas redes sociais, Baldi começou a receber cada vez mais babados de seus seguidores, que estão sempre prontos para compartilhar alguma história que adorariam vê-lo divulgar.

“Tem muita gente que vê e faz questão de gravar um vídeo, tirar uma foto, ouvir uma fofoca. Eu vou atrás para ver se bate com o que é real. Eu acho que o meu público é mais do que pessoas interessadas em saber. Quando eles podem, também querem contribuir. Eu acho que a graça da fofoca é essa. Fofoca guardada não tem graça, ela só tem graça quando ela é compartilhada”, frisa ele.

Início e sucesso no TikTok 

Matheus Baldi nunca teve muitas dúvidas de que gostaria  de trabalhar com o universo de celebridades. Desde criança ele viu seus avós acompanhando programas de TV e se viu fascinado por aquele mundo. Ele também tinha essência de jornalista, por ser muito curioso e gostar de procurar boas histórias. Quando finalmente decidiu entrar para a profissão, uniu o útil ao agradável e entrou de cabeça na área do entretenimento.

Mas a virada para o colunista veio para valer quando ele decidiu entrar no TikTok, gravando vídeos sobre as fofocas que coletava. Em muitas das gravações, ele dava mensagens cifradas, em que contava babados sobre famosos sem revelar seus nomes. No início, ele teve medo de entrar no aplicativo, por associá-lo muito a dancinhas. Porém, os vídeos explodiram, e o cenário se alterou completamente.

“Meu primeiro vídeo assim bombou, deu 1 milhão de visualizações no dia seguinte.  Muita gente me mandando mensagem, me mandando meu vídeo, me chamando no direct, eu comecei a ganhar seguidores no Instagram. ‘Cara, o povo gostou disso!’. Aí veio segunda, veio terça, veio quarta, veio quinta, de repente eu vi que aquilo tinha virado alguma coisa maior, e aí eu comecei a dedicar meu tempo para gravar vídeo”, explicou.

Com o sucesso vieram ainda mais fontes e Baldi começou a descobrir novos segredos. 

Eu acho que como eu tive coragem de tocar em feridas, em lugares e artistas que geralmente as pessoas não falavam, tinham medo, eu comecei a receber muito contato de muita gente mandando direct, ou me pedindo e-mail para me mandar alguma nota, alguma prova, algum vídeo. Fui me alimentando disso, de fato foi isso que me ajudou também a conseguir manter a frequência. 


Missão e futuro

Mais do que contar fuxicos, o que Baldi deseja mesmo é conseguir promover um debate sobre o papel das celebridades na sociedade e mostrar que, ao contrário do que muito se mostra, que elas não são seres intocáveis.

Não são intocáveis, elas erram e acertam. Sou contra qualquer cultura de cancelamento, eu acho que qualquer ser humano pode errar. É mais para tirar essa coisa do herói, do mito, daquela coisa: ‘O artista está acima do bem e do mal’. Que nada. Ele é tão gente como a gente. Eu acho que a gente está no momento que a gente precisa discutir muito sobre o papel da celebridade na vida das pessoas. Pretendo muito trazer isso para o meu conteúdo", frisa.

O jornalista, por exemplo, se considera um pioneiro ao ter trazido um outro lado sobre a polêmica envolvendo Manoel Soares e Patrícia Poeta. Até então, ele vê que boa parte da mídia comprava o discurso de que o apresentador era a vítima e a colega seu algoz, algo que ele destaca não ser bem assim.

“Eu fui o primeiro a ter coragem. Eu fui conversar com gente que tinha o que me oferecer de informação para juntar e montar o quebra-cabeça, e entender quem era Manoel na história e quem era Patrícia. Foi aí que meu faro jornalístico foi, e falou: “hum, tem coisa aí” e aí eu fui me aprofundando e decidi de fato estabelecer uma comunicação sincera e verdadeira com quem me segue, que é: O Manoel não é o mocinho e não é vítima nessa história. Ele tem uma parcela de culpa. Eu não quero que ninguém ataque, não quero que acabem com ele. Mas sim, a Patrícia também é vítima de Manoel”, elabora.

Claro que trazer notícias picantes de famosos também cobrou seu preço de Matheus, mas ele não deixa esse fato abalá-lo.

“Tem artista que vem tirar satisfação e botar a mão na cara, vem botar o dedo. Teve amigo de artista que já tentou me bater antes de sair de camarote, de festa, me ameaçou, fez cenas de que ia me dar um soco, que ia dar na minha car. Virou um tumulto, eu tive que sair. Já recebi ameaças de morte, de ser espancado. Já passei por muita coisa ruim”, desabafa.

Você aprende a lidar, hoje eu não tenho problema mais com hate. Acho que por todo o processo que eu passei, do mais sensível ao mais tranquilo. Acho que o fã está ali fazendo o que ele acha que é certo. Acho triste muitas vezes as mensagens de ódio que eles disparam, não só contra mim, mas contra qualquer outra pessoa. Mas eu acho que o hate também é sinal de sucesso, porque quando você recebe hate, as pessoas estão olhando, estão vendo seu conteúdo, estão discordando.

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