Wilton é o vice-campeão da 10ª temporada do MasterChef Brasil. O cozinheiro amador disputou o troféu do talent show com Ana Carolina, que venceu a competição ao fazer um menu com muita história e afeto. Mesmo com o segundo lugar, Wilton se diz feliz com a jornada que percorreu ao longo do programa. 

"Meu foco foi cozinhar e mostrar que eu sou um bom cozinheiro. O fato de eu ficar em segundo lugar mostra que, de milhares de pessoas que se inscreveram, ainda sou o segundo melhor", pondera o participante em entrevista exclusiva ao Band.com.br. "E ainda vou fazer pâtisserie na Le Cordon Bleu!", celebra Wilton, considerado o "confeiteiro da temporada". 

Wilton também comenta que não houve clima de competição entre ele e Ana Carolina: "A gente se apoiou muito". Para o vice-campeão, isso se deu, principalmente, pelas similaridades nas trajetórias de cada um. "A gente viveu e cresceu em um universo de não muitos acessos", comenta. "Por isso que, com tanta garra, a gente se empenhou, estudou e se apoiou muito." 

Wilton se diz feliz por ter cozinhado ao lado de Ana Carolina nesta final. "É mostrar para o Brasil inteiro que independe de onde você vem, de quem você é. O importante é você saber cozinhar", declara emocionado. "É muito lindo isso. Acho que se fosse uma final diferente não seria tão emocionante." 

Cozinheiro solitário 

Mesmo com a parceria construída com Ana Carolina, Wilton admite que passou a maior parte do jogo isolado dos demais participantes. E mesmo com os dias de glória, ele enfrentou seus dias de luta. O cozinheiro recorda, por exemplo, a prova da sopa fria — para ele, seu pior desempenho. "Foi um dia em que todo mundo externalizou que queria que eu saísse do programa", relembra.  

O cozinheiro assegura que teve uma trajetória solitária no MasterChef. "Desde o começo da competição eu tive poucas pessoas ao meu lado, e isso foi se intensificando", comenta. Para ele, o maior baque dentro do jogo foi ver Ashanti, sua maior aliada, sendo eliminada: "Ali foi quando eu vi que eu estava sozinho." 

Mesmo abalado, Wilton se esforçou para seguir na competição. "Peguei esse ódio que todo mundo tinha por mim e transformei em força", declara. "Eu nunca gostei de demonstrar fraqueza, então sempre uso essa casca da alegria, da felicidade, do alto astral. A gente tem fraquezas, a gente não é perfeito, mas muita fraqueza ia me desestabilizar e fazer eu sair." 

Você é o único representante do seu sonho 

Fã do MasterChef desde a primeira temporada, Wilton relembra que, desde sempre, teve vontade de entrar na competição. No entanto, a falta de repertório gastronômico o deixava inseguro. "No começo, minha mãe falava: 'É impossível, olha onde a gente mora. O povo que vai lá é um povo que viaja'. Isso, querendo ou não, me dava uma desanimada", admite.  

Esse desânimo, porém, não conseguiu parar Wilton, que entrou no MasterChef após diversas tentativas de inscrição. "Quando eu coloco um objetivo na cabeça, eu vou atrás até eu conseguir. E eu só descanso quando consigo", garante. "É isso que me mantém com toda essa garra e toda essa vivacidade." 

Já dentro do programa, sua maior estratégia foi a dedicação aos estudos. Além de buscar ampliar seu repertório na cozinha, Wilton esmiuçou os comentários dos jurados sobre cada um de seus pratos. "Eu estudei para um c*ralho. Eu estudei muito, muito mesmo", pontua Wilton. 

E, se depender de Wilton, os estudos vão continuar — tanto na gastronomia, quanto no campo das artes. Seu mais novo sonho é unir essas duas paixões e abrir um restaurante com um palco para apresentações de teatro musical. Ele sabe que nada se constrói de uma hora para outra, mas está disposto a dedicar tudo de si. E sobre a possibilidade de trabalhar em uma cozinha profissional, Wilton logo brinca: "Vou cobrar [um estágio] do Jacquin!".  

Boa sorte, Wilton!