Pequena no tamanho e grande em bravura, o MasterChef é mais um capítulo da vida de Mariane que poderia facilmente se tornar um livro. É que antes de conquistar o avental de participante e surpreender os jurados com um saboroso churrasco, a paulista de Serrana, no interior de São Paulo, superou muitos desafios. Primeiro nasceu prematura, com pouco mais de 1 kg e muitos problemas de saúde. Ainda bebê, viu a mãe ser deixada pelo pai, que tinha outra família, e enfrentar todas as dificuldades possíveis para uma mulher solteira. 

Na época, o dinheiro era contato e, em suas próprias palavras, servia para “tampar alguns buracos e destampar outros”. Se pagavam o aluguel, faltava para comida ou remédio e, assim, a família foi sobrevivendo. Hoje as coisas são diferentes, mas a participante relembra a história, em entrevista ao Band.com.br, quando questionada sobre como é a relação dela com a gastronomia. Isso porque, durante muitos anos, as refeições ficaram em segundo plano: “A gente não tinha muita comida, então eu nem via minha mãe cozinhando muito. Eu comia na escola, não tinha padrão para saber se era ácido ou gorduroso, sabe? Comia para matar a fome”, explica.  

Aos 29 anos, hoje ela mora em Ribeirão Preto (SP) com a esposa Julia, com quem está casada há 1 ano, e trabalha como bancária. As duas têm uma vida tranquila, mas as memórias de sua origem seguem vivas como uma história de superação. Com o passar do tempo, a situação da família melhorou e Mariana percebeu que a mãe tinha muito a ensinar na cozinha. “Comecei a pegar prazer quando percebi que se eu fazia a receita ficava ruim, mas, quando ela me ensinava com técnica era muito bom.”  

A MasterChef dos amigos  

Foi desenvolvendo habilidades culinárias e preparando bons pratos que a competidora ficou famosa entre os amigos que passaram a fazer campanha para que ela participasse do programa. “Eu sempre dizia que não, que não tinha nada a ver, mas aí comecei a estudar, ter mais referências e entender o que a comida faz com o nosso emocional e com todas as estruturas no geral”, analisa. Assim veio a inscrição, a colher e, agora, o avental.   

“As coisas começam a dar certo e eu começo a imaginar oportunidades de mudança de cenário e da vida da minha família, não no sentido de dinheiro, mas no sentido de orgulho, sabe? Vivência mesmo, não é por dinheiro porque dinheiro a gente nunca teve. Meu objetivo é ganhar”, diz confiante.  

Para isso ela conta com o apoio de um time de peso. Além da esposa, tem também o sobrinho, Davi, e a cachorra Mercedes. O trio são os jurados “particulares” de Mariana e, no dia a dia, aprovam e desaprovam muitas receitas. É também por eles que ela segue confiante: “Para além do prêmio, quero todo o aprendizado de chegar na final e ter todas as críticas, aprendizados, ideias e leituras possíveis”, celebra. Boa sorte, Mariane!