A sergipana Francielle, de 29 anos, pode não ter levado o troféu MasterChef Brasil 2020 para casa, mas saiu do programa com um presente e tanto em mãos. Além dos elogios públicos do trio de jurados no desafio final, a do frango, Francielle ganhou um broche da Torre Eiffel de presente do chef Erick Jacquin. “Ele tirar o broche, que representa tanto a França, e me dar é um sentimento de dever cumprido. Sei que tem muita gente que é boa, mas sei também que posso ter meu trabalho reconhecido, o que é muito gratificante. De verdade, não imaginava que isso pudesse acontecer”, disse em entrevista ao Portal da Band.
Francielle conquistou Jacquin ao preparar na prova final um coq au vin, prato francês feito com frango e vinho. Embora tenha terminado o desafio visivelmente emocionada, uma vez que teve dificuldades para cozinhar as batatas e acabou deixando os champignons na panela, a receita agradou aos chefs: “Obrigada por homenagear o meu país e a minha terra (...). Adorei o molho, mas tem mais lá [na panela], do que aqui. Eu te falei ‘emprata essa m***, porque estava doido para comer. Você está de parabéns! Não é qualquer um que faz o que você faz em 1h. Vou te dar meu broche. Da França. Você me homenageou e eu vou te homenagear”, disse Jacquin.
Paola Carosella também não poupou elogios à cozinheira amadora: “Se você tivesse tido oportunidades, teria um monte de conhecimento e técnica. Mas, você tem um monte de conhecimento e técnica mesmo sem ter tido nada disso”, disse a chef. “A gente tende a se comparar com os outros, principalmente nós, mulheres. Está muito bom o seu prato, mas seu acompanhamento não corresponde a ele. O que eu quero que você ganhe nesse programa é confiança. Você chegou aqui falando, e conhecendo todos esses termos, sozinha e isso mostra que, de fato, você quer muito e tem esse sentimento batendo dentro de você”, completou a chef.
Atualmente desempregada, Francielle respira gastronomia em casa, estudando pratos e preparações sozinha, e assistindo aos chefs famosos no YouTube. Ela começou a cozinhar aos 8 anos e chegou a trabalhar como garçonete do Cão Velho, restaurante do Fogaça. “Quando trabalhei lá, não sabia o que estava acontecendo e porque ele era tão famoso. Mas há três anos, comecei acompanhar e entendi tudo”, disse ao Portal da Band. “Eu sempre cozinhei e divulguei minhas receitas com a família. Meu sobrinho de 13 anos sempre foi meu maior incentivador. Mas, não me sentia capaz, achava que não tinha qualificação. Tenho muito medo de me frustrar. Muito medo de errar”, completou.
A auto cobrança faz com que a cozinheira amadora deixe o talent show com a sensação de que poderia fazer mais. “Vou levar essa oportunidade para sempre e tenho muita gratidão. Estou frustrada comigo mesma, porque sei que conseguiria muito mais, não consegui mostrar um terço do que eu sei fazer (...). Saí de casa sabendo que precisava ser a melhor e não busco menos que isso”, completou.
Agora, seu desejo é encontrar um espaço na gastronomia. “Vou correr atrás de um emprego, com certeza. O que eu quero mesmo é aprender”. Voa, Fran.