A réplica idêntica ao troféu do MasterChef Profissionais, de 2016, logo na entrada mostra que trata-se de um restaurante com a assinatura de quem venceu a maior disputa culinária do planeta. O nome do lugar despista qualquer dúvida: trata-se de Dayse Paparoto, uma das cozinheiras mais lembradas da história da competição da Band.
Com o restaurante aberto há três meses, Dayse aceitou fazer um tour pelos bastidores da cozinha, mostrou a preparação de dois pratos italianos que são carro-chefe do cardápio e alguns dos drinks mais pedidos, sendo um sem álcool. Orgulhosa, ela mostra o troféu e brinca sobre quão semelhante ele é com o original, que está na casa dos pais.
A despeito da localização do negócio em bairro nobre, dentro do Shopping JK, a paulista de Mogi das Cruzes diz não se deslumbrar com o luxo do Paparoto Cucina. De personalidade forte e autêntica, ela afirma que nunca teve o sonho de ter um restaurante para chamar de seu.
“Todo mundo acha que o sonho do chef é ter um restaurante. Nunca foi o meu sonho. Sempre achei que daria muito trabalho. Mas quando surgiu a oportunidade, não deixei escapar”, afirma.
O restaurante é de culinária italiana, mas nem por isso menos autoral. Dayse procurou imprimir um estilo próprio sem descaracterizar iguarias clássicas, como uma boa massa ou a sobremesa de tiramisù. Sobre as possíveis críticas, ela teve algum receio no início. “Isso me preocupou um pouco, mas como deixei claro desde o começo que aqui é a Itália aos olhos da Dayse, estou tranquila. Tudo tem uma história e um sentimento em cada prato. Juntei várias experiências de 20 anos de carreira”, diz.
“A minha intenção é que os pratos te abracem. É uma gastronomia mais afetiva para que você se sinta em casa. Não faço técnicas mirabolantes nem combinações de sabores diferentes. Essa é minha intenção no Paparoto”.
Árvore de tiramisù e uma boa massa
Dayse, cuja família é de Treviso, na Itália, aprendeu a fazer a famosa receita em Roma. Ela percebeu a partir de alguns detalhes que poderia oferecer o máximo de sabor da sobremesa aos clientes de seu restaurante.
“Se comer o tiramisú depois, a bolacha não fica crocante. E isso me incomodava. O meu tiramisú é montado na hora e fica com a textura da bolacha crocante. Você sente o café expresso, o chocolate, o mascarpone bem aerado e fofinho”, afirmou. Para completar, ela inovou com um algodão-doce cor-de-rosa em forma de árvore.
“Isso remete às três árvores lá da casa dos meus pais. Traz o lúdico da infância. Coloquei sentimento no tiramisù e surgiu essa arvorezinha linda”, explica.
Um dos pratos mais pedidos do menu principal é o sacotini, uma massa com queijo de cabra, nozes, mel trufado, figo fresco maçaricado, e espuma de grana padano.
“É uma massa contemporânea que mistura vários sabores. Tem doce, salgado, o queijo mais forte de cabra, as nozes… Gosto dele pela textura. Em dois meses, fizemos mais de 3 mil pratos desse. Ele é um dos carro-chefe da casa. Tenho outros: rotolone, que é uma massa que inventei com recheio de bolonhesa cremosa. É bem gostoso. E tem o polvo, que faço mais de 120 quilos na semana! Estou muito feliz com o resultado. A galera tem curtido”, comemora.
Bar sem álcool
O Paparoto tanto tem a cara da chef que o bar, por exemplo, agrada tanto quem gosta de drinks alcoólicos quanto quem não curte. Isso porque Dayse, que é evangélica, apenas consome bebidas sem álcool. Desta forma, ela consegue agradar a todos os gostos.
“Como sou uma pessoa que não bebe, quis que tivesse muitos drinks não alcoólicos, mas não com cara de suco e nem como aquelas sodas melada que a gente toma por aí. São sodas exclusivas de capim santo, tangerina com manjericão e de gengibre. É totalmente artesanal. Além dos drinks, como defumado, drink com gin, melancia e hibisco. É uma infinidade de opções. Também tenho preocupação com os veganos. Com vinhos veganos e pratos veganos para as pessoas que querem ter a experiência Paparoto”, diz.