Deborah Werneck lembra conflitos no MasterChef e cita machismo em título de vilã

Em entrevista, a vice-campeã da quarta temporada fala sobre os momentos marcantes da sua trajetória no programa e a atual criação de conteúdo gastronômico; leia:

Por Amanda Caroline

A cozinheira e criadora de conteúdo conquistou o segundo lugar da quarta temporada Reprodução/Instagram @dehwerneck
A cozinheira e criadora de conteúdo conquistou o segundo lugar da quarta temporada
Reprodução/Instagram @dehwerneck

Deborah Werneck fez história no MasterChef Brasil. É impossível pensar em ex-participantes com personalidade forte e não lembrar da carioca, que conquistou o título de vice-campeã da quarta temporada. Quase cinco anos depois de sua experiência no talent show, a cozinheira e criadora de conteúdo gastronômico relembra momentos marcantes no programa em entrevista ao Portal da Band

O segundo lugar na competição representa todo o talento de Deborah na culinária, mas a ex-participante também “chegou lá” ao ser considerada a “rainha da farofa” pelos jurados. O apelido fez sucesso entre o público após uma avaliação (muito) positiva do chef Henrique Fogaça, que exaltou a “mão boa” da cozinheira para o prato.

“Era a prova de reprodução do Fogaça e o prato dele tinha farofa. Durante a avaliação, ele disse que a minha ficou melhor que a dele. Depois disso, nas provas em equipes, todo mundo me pedia para fazer farofa. Foi quando  entendi que poderia me vender como ‘farofeira’”, brinca a cozinheira. Não à toa, ela apresentou várias versões do prato na grande final. “Foi muito divertido. Até hoje me perguntam se vou abrir uma ‘farofaria’”, completa. A gente espera que sim!

As pessoas querem que as mulheres se destaquem (…), mas quando veem uma que banca essa personalidade, não sabem lidar

 

Personalidade forte na cozinha

Além de ser “farofeira”, Deborah é uma mulher talentosa, determinada e competitiva que entrou no MasterChef Brasil para ganhar. Sua personalidade forte, no entanto, rendeu situações marcantes durante a temporada. Os confrontos entre Deborah e os jurados, por exemplo, não eram raros: ela não fazia questão de esconder sua insatisfação com as avaliações negativas e “causava” com suas reações sinceras.

“Não confrontava os chefs porque eu queria. Lembro que nunca fui muito de ‘bater boca’, eu era mais questionadora, minhas expressões mostravam quando eu não estava feliz. Era muito mais uma frustração pessoal, não era nada pessoal com eles. Tinha tanta vontade de agradá-los que, quando não dava certo, reagia na hora”, explica.


O público foi taxativo e elegeu Deborah como a “vilã” da quarta temporada do MasterChef Brasil. Hoje, ao olhar para trás, ela enxerga machismo nesse título. “As pessoas querem que as mulheres se destaquem, sejam empoderadas, mas quando veem uma mulher que banca essa personalidade forte, não sabem lidar muito bem. Na época, tentei me agarrar nas pessoas que entendiam a minha competitividade. A autoconfiança tem que prevalecer na competição”, declara. 

E lidar com os haters durante o programa foi uma missão que ela tirou de letra. “Foi bem tranquilo. É muito importante você saber seus princípios e valores, assim como ter autoconhecimento. Isso me ajudou a separar o julgamento do público durante o programa”, afirma.

Sucesso na internet

Após o fim do MasterChef, Deborah começou a se dedicar à criação de conteúdo gastronômico. No YouTube, a cozinheira tem o canal GO DEB!, que faz muito sucesso com suas resenhas de restaurantes renomados – incluindo os empreendimentos dos jurados do programa. Ela diz que seria uma “audácia” tentar avaliar o trabalho dos chefs de cozinha.

“Me coloco no lugar de consumidora mesmo. A intenção é desmistificar a ideia de que um restaurante legal é inacessível. Quando comecei o canal, o intuito era esse, e comecei com os restaurantes dos jurados. Faço as resenhas de uma forma muito autêntica e transparente, não tenho papas na língua. Por ser cozinheira e ter o título de vice-campeã, o público acaba confiando nas minhas opiniões e sugestões”, detalha.

Os quase 700 mil seguidores que a cozinheira acumula nas redes sociais a motivam (e a cobram) diariamente. Afinal, todos adoram as receitas que Deborah ensina em vídeo. “A galera curte, cobra e engaja. As pessoas gostam dos pratos e da forma como eu me comunico”, afirma. “E quando comecei a cozinhar e compartilhar as receitas na internet, o objetivo era apresentar refeições saborosas, do dia a dia, de forma prática. Todo mundo é capaz e saber cozinhar traz muita independência”, opina.


Maternidade: novo desafio

Deborah deseja viajar cada vez mais para entregar conteúdos gastronômicos interessantes para sua audiência. “Quero invadir descobrir culturas por meio da comida”, declara. Apesar de estar focada na internet, ela não descarta a possibilidade de abrir o próprio negócio. “Empreender? Quem sabe?”, reflete.

Hoje, seu grande desafio é a maternidade – Deborah é mãe do pequeno João Bernardo, de apenas seis meses de vida. “Foi um plano que adiei muito depois do programa. Me convenci de que não queria ser mãe por medo, insegurança… Quando engravidei, tudo isso foi embora e foquei na saúde do bebe. Ser mãe é maravilhoso, muda a perspectiva de vida. É muito amor”, finaliza.


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