Carne crua é ingrediente de pratos clássicos da gastronomia mundial — a torre de quibe, iguaria árabe que protagonizou prova do MasterChef Brasil, e o francês steak tartare são alguns dos mais conhecidos. No entanto, o consumo de carne bovina pode oferecer riscos à saúde, como doenças transmitidas por alimentos (DTA). Tratam-se de infecções gastrointestinais causadas pela contaminação por bactérias, vírus ou protozoários.
Na carne bovina, podem ser encontrados salmonella, shigella e escherichia coli, além de protozoários como a taenia. A infectologista Raquel Muarrek, da Rede D'Or, explica que os alimentos preparados em condições de higiene e temperatura inadequadas podem causar as infecções, e chama atenção para a importância do processo de cozimento.
"Apenas as temperaturas acima de 70ºC são capazes de 'quebrar' a transmissão cruzada e evitar a contaminação. Por isso, o ideal é que se consuma alimentos cozidos ou fritos, principalmente fora de casa", afirma a especialista.
Quais são os sintomas?
Diarreia, cólica, náusea, vômito, mal-estar, desidratação e febre são os sintomas mais comuns das infecções gastrointestinais. A infectologista orienta a ida ao pronto-socorro para que o paciente seja medicado ou receba hidratação venosa.
"Gosto de carne crua. E agora?"
"Pessoas que são adeptas do consumo de carne crua devem evitar consumir alimentos que ficaram expostos à temperatura ambiente por muito tempo — o ideal é que a carne seja mantida em temperaturas baixas e, se possível, bem embalada à vácuo para reduzir o risco de proliferação de microorganismos", diz a nutricionista Camilla Koyama, da Pineapple Medicina Integrada.
Conhecer a procedência e a qualidade do insumo também é muito importante para evitar problemas de saúde. Outra dica é verificar as condições físicas do alimento, como aparência, consistência e odor. "A carne bovina deve apresentar cor vermelha brilhante e cheiro agradável", aponta a nutricionista.
Cuidados no preparo
Antes de preparar um prato com carne crua em casa, algumas medidas são imprescindíveis. "O cuidado extremo com a higiene das mãos de quem vai manipular o alimento, bem como a higienização dos utensílios utilizados na cozinha. Evite tábuas e colheres de madeira, que são mais propensas ao acúmulo de bactérias", ressalta Camilla Koyama. "Além disso, no momento do preparo, é prudente separar os alimentos crus dos cozidos para evitar a contaminação cruzada", finaliza.