Ator e professor, Márcio sonha com carreira gastronômica após MasterChef

Com 52 anos, participante quer ser o primeiro “coroa” a vencer o programa

Stefani Sousa e Vinícius de Melo

Márcio quer investir em uma carreira gastronômica
Divulgação/Band

Entrar no MasterChef Brasil é, sem dúvida, um pontapé inicial para quem quer mudar de vida ou realizar uma paixão antiga. Esse é o caso do ator e professor Márcio, de 52 anos. Seu sonho é trocar de profissão e empreender em um restaurante. Para isso, ele vai se valer de toda a sua experiência com as panelas.

“Eu sempre gostei de gastronomia, desde que era criança, mas eu não podia cozinhar porque ‘cozinha era lugar de mulher’. Meu pai tinha medo que eu fosse viado, mas eu sempre fui viado. Meu pai foi muito preconceituoso, era alcóolatra. Não tinha diálogo. Com bêbado, você não conversa”, relembrou Márcio. 

“Quando eu resolvi fazer teatro, não tinha grana. Eu ganhei uma bolsa e para bancar a passagem de ônibus, fazia bolo e vendia no ‘busão’ e na escola. Então, o teatro me jogou na gastronomia”, completou. Com a grana curta e três filhos do primeiro casamento para criar, o professor teve de se virar para por comida à mesa.

Quando se separou da mãe dos meninos, reencontrou o amor na união com Lourenço, com quem se casou em 2011. Até hoje, as memórias daquele período são marcantes para a família. “Eu estava duro, mas queria fazer um ‘rango legal’ para eles. Não tinha acesso a muitos insumos. Com R$ 10, eu colocava uma bandeja de nhoque na mesa que comiam meia dúzia. Todo dia a gente fazia uma refeição juntos. Meus filhos achavam o máximo levar alguém em casa para comer. Eles eram ‘cool’ porque tinham dois pais”. 

As dificuldades se transformaram em experiência e serão a maior arma de Márcio na competição. “Eu tenho muitas horas de cozinha, porque eu cozinho todos os dias. Eu só não sei exatamente o que significam os nomes franceses. Essas coisas eu vou aprender e não acho que todo mundo aqui esteja a fim de ganhar. Uma boa fatia está a fim só de aparecer”, disse.

“Quero ganhar para empreender. A minha ideia é me empoderar. Ganhando ou não, dependendo de como você é visto, as pessoas acreditam que você cozinha. Se eu conseguir ganhar, a minha ideia é empreender para poder dar realmente uma guinada. Vejo que o pessoal do teatro mais velho está todo f*dido. Entendo que é difícil um ‘coroa’ ganhar, que os mais jovens têm mais possibilidades, mas eu preciso buscar alternativa”, afirmou.

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