Convidado do último episódio do MasterChef Brasil, Arnaldo Lorençato compôs o júri técnico que selecionou o melhor bolo gigante na primeira prova de equipe da 11ª temporada. Editor-executivo da revista Veja São Paulo, o jornalista é um dos maiores críticos gastronômicos no país. Mas, afinal, avaliar os cozinheiros amadores é a mesma coisa do que avaliar um restaurante?
"Quando estou indo a um restaurante, eu tenho uma régua um pouco diferente, que é a que eu usei no MasterChef Profissionais", explica em entrevista ao Band.com.br, relembrando sua participação anterior no talent show. "Aqui, eles são amadores, então a gente está avaliando qual é a intenção. Às vezes, entre a intenção e o resultado, tem uma distância grande, e, claro, a gente vai premiar sempre o melhor resultado."
Para ele, os cozinheiros amadores, hoje, estão mais bem preparados para encarar o MasterChef do que há 10 anos, quando o programa estreou. Isso, porém, não os impede de errar. "Estar neste estúdio, o estúdio mais desejado de cozinha deste país, é muito difícil", analisa. "Eu vi isso na prova que tivemos hoje. Tínhamos um bolo solado. Isso é um erro básico."
"Você percebe que eles evoluíram, mas ainda têm problemas. Ficar diante desse trio — Fogaça, Jacquin e Helena — é muito difícil, porque eles sabem que as avaliações são muito sérias, então isso faz a vida deles difícil."
Uma década de MasterChef
Lorençato descreve que, ao longo dos anos, o MasterChef influenciou a forma como o brasileiro encara a cozinha. "As pessoas querem cozinhar, elas querem comer melhor, e o MasterChef está aí para ajudar", pontua. "As pessoas falam de fazer mise en place, coisa que elas não sabiam, que era organizar a cozinha. Até essa expressão francesa foi incorporada no vocabulário delas."
Para ele, o momento mais marcante do programa é, definitivamente, a final da 1ª temporada, quando Elisa Fernandes, campeã da edição, pede ao pai para que abra um pote de vidro. "Aquilo foi emocionante", relembra o crítico.
Falando nela, Lorençato também comenta como o MasterChef transforma a vida das pessoas que participam dele. "A Elisa se tornou uma profissional de gabarito, foi para a França, estudou. Isso é bonito, porque ela começa como amadora e faz uma trajetória", afirma. "Realmente tem um impacto. As pessoas querem cozinhar de verdade, querem seus próprios negócios, então isso é muito, muito bom."