Aos 51 anos, Cristina entra no MasterChef para recomeçar: “Oportunidade de reconstrução”

Baiana de Lauro de Freitas, Cristina cresceu cozinhando em uma família de 15 pessoas e vai ter que lidar com a própria teimosia para chegar à final

Flavia Bezerra e Stefani Sousa

Cristina é participante da oitava temporada do MasterChef Carlos Reinis/Band
Cristina é participante da oitava temporada do MasterChef
Carlos Reinis/Band

Sabe aquela máxima de que nunca é tarde para recomeçar? A baiana da cidade de Lauro de Freitas, Cristina, de 51 anos, é a prova disso. Participante da 8ª edição do MasterChef Brasil, que estreia dia 06 de julho, às 22h30, na Band, Cristina encara sua participação no programa como um divisor de águas na vida. “Trabalho como coordenadora pedagógica em uma escola estadual e, agora, dificilmente eu volte para a educação. Estou me dando uma oportunidade de recomeço, de reconstrução”, disse em entrevista ao Band.com.

Mãe de uma filha de 20 anos e irmã de 12 irmãos, Cristina cresceu na cozinha – muito por influência da mãe, Eunice –, apesar de construir sua carreira no setor de educação. “Minha mãe era cozinheira profissional, fez vários cursos na área, se especializou, mas meu pai nunca a deixou trabalhar fora. Naquela época, mulher era dona de casa, tinha que cuidar dos filhos”, relembra. Para dar conta de alimentar toda a família – 15 pessoas no total, contando o pai e a mãe – Cristina e seus irmãos arregaçavam as mangas e também pilotavam o fogão. “A gente sempre participou da cozinha; víamos nossa mãe flambando, fazendo molho e fomos aprendendo.”

Expert em cozinhar para muitas pessoas, Cristina virou a cozinheira oficial dos eventos da família e dos amigos. “Fazia o menu de Natal da escola e ajudava meus amigos em aniversários.” Em 2017, a convite de uma amiga, preparou sozinha uma feijoada para 300 pessoas em um evento. “Não ganhei 1 real, mas, para mim, só o reconhecimento positivo das pessoas já foi muito legal”, conta. Nesse mesmo ano, foi convidada para ser a chef de um camarote no Carnaval de Salvador, mas declinou. “Tive medo de chegar lá e não saber fazer nada.”

Este ano, porém, Cristina não deixou a insegurança bater e com a cara e a coragem, se inscreveu para a seletiva do MasterChef pela primeira vez. Deu certo! Na cozinha do programa, quer explorar as culinárias da Bahia. Isso mesmo: as culinárias. “A cozinha baiana é, na verdade, a comida indígena, a comida dos negros escravizados e a comida europeia, e eu quero mostrar essas três cozinhas.” Seu ponto forte? Os quitutes baianos, claro! “Eu faço muita massa e muita comida baiana, inclusive releituras dos pratos tradicionais.”

Se levar o troféu 2021 para casa, quer estudar gastronomia e abrir um restaurante-quitanda em seu estado natal. Mas, para isso, vai ter que ter jogo de cintura para lidar com a própria teimosia. “Principalmente em relação ao que as pessoas estão sinalizando, como por exemplo: ‘olhe não vai dar tempo de fazer isso’, se eu acreditar que dá, eu vou fazer com certeza.”

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