Ana Paula larga carreira como fonoaudióloga para estar no MasterChef 2021: “Minha escolha é a gastronomia”

Aos 30 anos, gaúcha de David Canabarro cozinha desde os 9 anos e quer chegar à final fazendo aliados no jogo: “Ninguém vence o MasterChef sozinho”

Flavia Bezerra e Stefani Sousa

Ana é participante da 8ª edição do MasterChef
Carlos Reinis/Band

O importante é dar o primeiro passo, já diria a sabedoria popular. E isso Ana Paula, gaúcha de 30 anos, já fez em busca do sonho de se tornar chef de cozinha. A participante da 8ª edição do MasterChef Brasil, que estreia dia 06 de julho às 22h30 na Band, largou a fonoaudiologia e pediu demissão da clínica que coordenava em Passo Fundo (RS) para participar das gravações do programa em São Paulo. “Achei justo abrir mão, afinal tudo tem o ônus e o bônus, né? Independentemente do que vai acontecer, e eu quero muito chegar à final, eu fiz a minha escolha, que é a gastronomia. O primeiro passo, já dei”, disse em entrevista ao Band.com.

Nascida em David Canabarro, cidade de 5 mil habitantes no RS, Ana Paula teve uma infância humilde. Aos 9 anos, começou a cozinhar diariamente para os irmãos mais novos – na época, de 2 anos e 4 anos – enquanto os pais saiam de casa para trabalhar. Mas, pegou gosto. Foi evoluindo e, além do espaço cativo ao lado da mãe no fogão, passou a cozinhar para toda a família. Aos 16, porém, quando participava de concursos de beleza e cogitou a carreira de modelo, desenvolveu anorexia. “Hoje, digo que a gastronomia foi a minha cura. Sei que parece contraditório, mas na saída de um dos concursos, uma pessoa me disse: ‘bonita, tu tens desenvoltura, mas tu estás com aspecto de doente’. Aquilo me frustrou demais”, relembra. “Então, cheguei em casa, me fiz um bolo, e disse a mim mesma: ‘É isso que eu quero, é isso que me traz felicidade’”.

Apesar da paixão pela cozinha ter aflorado desde muito cedo, Ana apostou suas fichas na fonoaudiologia no momento em que ganhou uma bolsa de estudos na faculdade. “Sou de família humilde, foi a bolsa que eu consegui, então, entendi ‘vai ser isso, porque é o que eu tenho agora’”, relembra. “A gastronomia também ainda não era uma opção para mim na época. Eu vim de cidade pequena e lá muita gente não entende o que é ser chef de cozinha. Minha mãe era faxineira e cozinheira, então na cabeça deles, era fazer uma faculdade para ser a mesma coisa que a minha mãe. Existia preconceito.”

E o que mudou em Ana para que ela conseguisse mergulhar de cabeça neste sonho? Maturidade, autoconhecimento e boas doses de coragem. “Entendi que a gastronomia é o que eu sou. É onde eu consigo ser quem sou. Onde consigo transformar tudo, botar para fora meus sentimentos (...), é o que eu vou fazer para o resto da vida”.

Há três anos tentando uma vaga para participar do talent show, Ana diz estar preparada para as provas. Seu ponto forte, segundo ela, é sua habilidade em jogos (“eu jogo pôquer, gosto de competição”), o fraco, a autenticidade. “Eu sou ‘sincerona’, quando vejo, já falei. Não tenho papas na língua”, diz ela que tem a codorna e o merengue como suas receitas orgulho. Se ganhar, Ana garante que “não vai sair abrindo restaurante por aí, não”. Quer, primeiro, trabalhar com chefs renomados e ganhar experiência no mercado. “Quero ter a oportunidade de trabalhar em São Paulo e lá na frente, quem sabe, abrir um gastrobar com meu namorado. Ele é comercial e eu ficarei atrás das cortinas, cozinhando. Formamos um bom time.”

E por falar em time, para chegar à final, Ana quer fazer aliados na competição. “Acho que ninguém vence o MasterChef sozinho. No início, precisamos de aliados no jogo e depois, a gente vai formando aliança com a gente mesmo. Acho que essa é uma questão de estratégia, é mostrar tudo o que eu tenho na gastronomia, mas sem afastar os demais participantes.”

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