Marido se despede de Zé Celso e relata últimos momentos: “Vi o fogo no quarto”

Marcelo Drummond se emociona no velório de Zé Celso, que morreu após um incêndio. Regina Casé e Alexandre Borges também se despedem do amigo.

Da redção

Marido de Zé Celso se despede do dramaturgo
Reprodução/Instagram

Marido de Zé Celso, Marcelo Drummond compartilhou como foram os últimos momentos ao lado do dramaturgo e criador do Teatro Oficina. O artista morreu aos 86 anos após um incêndio no prédio onde morava, em São Paulo. No velório, que aconteceu no Teatro Oficina, Marcelo contou que acordou após ouvir um forte barulho. Os dois viviam no mesmo edifício, mas em apartamentos diferentes. 

“Acordei com um estrondo. Abri a porta do meu quarto e estava tudo escuro. Eu não sabia se era madrugada ou se já tinha amanhecido. Era fumaça. Corri para a cozinha para desligar algo, pensando que tinha alguma panela ligada. Vi que não era”, afirmou em entrevista a Juliano Dip, do Band Jornalismo.

Os atores Victor Rosa e Ricardo Bittencourt também estavam no local onde ocorreu o incêndio: “Escutei o Victor Rosa falando, ‘vem, meu amor, vem’. Invadi o outro apartamento, onde ele [Zé Celso] mora, e quando entrei, puxei o Zé e vi o fogo atrás no quarto. Zé deitou no chão, caiu e alguém me acordou. Cheguei a desmaiar por causa da fumaça”.

Na sequência, Marcelo conta que um vizinho ajudou a levar Zé Celso. “O Zé falava, abre a janela. Falei, já está aberta. Segurei as duas mãos dele e ele colocou a perna em cima de mim. Parecia que a gente tinha acabado de trepar. Chegaram os bombeiros e foi o último momento em que eu vi o Zé”, declarou, emocionado.

“É viver a tragédia e seguir em frente”

Marcelo Drummond disse que é preciso seguir em frente e deixou um ensinamento do dramaturgo:

“Vamos tocar em frente, mas lembrando que o Zé é vida! Zé ensinou que tem que ter vida o tempo inteiro. Tem que ter força para segurar a vida. Não é para cair num drama. É viver a tragédia e seguir em frente”. 

Personalidades da classe artística deram o último adeus a Zé Celso. “A influência, a força, o impulso... Eu sempre disse para ele que não era uma oficina, mas uma usina. A maior potência! A gente não foi só influenciado, mas a gente continua sendo movido a vida inteira pela presença, exemplo e coragem dele”, disse Regina Casé. 

Abalado, Alexandre Borges ressaltou que é preciso honrar a memória do pai do Teatro Oficina.

“A gente nunca espera uma coisa dessas, né? Temos que ter fé e honrar esse grande homem, dramaturgo, diretor, ator e esse grupo maravilhoso que tenho a honra de fazer parte. A sensação é de vazio, mas temos que transmutar e honrar a trajetória dele. Tantas coisas bonitas!”, declarou.

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