Se você entrou nas redes sociais nos últimos meses, é mais do que provável que tenha cruzado com alguma Live NPC. Nesses vídeos, que às vezes se estendem por hora, criadores de conteúdo ficam diante da tela enquanto realizam alguma ação repetidas vezes, sem nunca variar do script. O que você talvez não saiba é que esse fenômeno tem origem no universo dos games.
O termo NPC significa Non Playable Character (Personagem Não Jogável), se referindo justamente a personagens que podem ser vistos em games, mas que não podem ser controlados pelo jogador, e que normalmente servem a função de preencher cenários ou auxiliar em missões Alguns tem poucas funções e sequer apresentam falas. Já outros, tem objetivos mais complexos.
Com essas lives, criadores de conteúdos tem conseguido arrecadas diversas fortunas, o que chamou a atenção de especialistas.
Entretanto, no meio gamer, o assunto divide opiniões. Para Samara Brandão, 23, o fenômeno é cansativo e não representa a cultura gamer.
“"Aho que existem coisas muito mais produtivas para serem feitas na internet. Não tem nada de criativo. Eu não acho que representa os games, acho que é uma coisa aleatória que fazem associação”, destaca ela ao Band Entretê.
Sua opinião é reverberada por Beatsriz Gutierrez, 18, que diz que ficou feliz quando deixou de ver lives NPC em sua timeline após ser inundada por este tipo de conteúdo.
“Acho um saco. Era uma chuva de live NPC no meu TIkTok. O NPC tem uma programação meio que só para preencher o jogo. Aquilo não preenche nada, me irrita", afirma a jovem.
Rafael de Sá, 38, que foi à BGS com um cosplay do personagem Yasuo, do game League of Legends, também não é exatamente um entusiasta da prática.
“Não dá! Não é para mim, não. Acho que não tem muito a ver com a cultura dos games. Quem quer fazer, faça. Mas a questão do game...O NPC é muito avulso, não é algo que tem tanta relevância. É quase uma sátira aos NPCs ruins, não ao NPC bem feito. Acho que não contribui muito”, frisa.
Já Pedro Lucas Neves, 22, fã do game Genshin Impact, tem uma visão um pouco diferente sobre o tema.
“Eu acho muito engraçado. Não sou nem a favor nem contra. Acho triste algumas pessoas terem que ficar 10, 15 horas, uma ação extremamente repetitiva. Acho desumano. Mas se você pesar que são extremamente bem remuneradas, não é tão errado assim. Acho que cada um tem que ser livre para fazer o que quiser não fazendo mal ao próximo”, opina ele.
A Brasil Game Show tem exibição diária por meio do aplicativo Bandplay, que é gratuito.