Leo Dias desabafa sobre luta contra o vício: "Sou dependente químico e vou morrer dependente químico"

Leo Dias desabafa sobre luta contra o vício: "Sou dependente químico e vou morrer dependente químico"

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Cercado de polêmicas envolvendo carreira e vida pessoal, o jornalista Leo Dias (45) vive agora um momento de reconexão e luta contra o vício das drogas. No segundo semestre de 2020, o colunista se mudou para Pernambuco alegando ter chegado ao ‘fundo do poço’. Desde então, longe do Rio de Janeiro, mudou hábitos e viu sua vida, aos poucos, voltar ao eixo. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, com Cátia Fonseca e Danilo Gobatto, Leo conta agora os bastidores de sua recuperação. 

Limpo há três meses, o carioca garante que encontrou forças no apoio da família. “Eu sou dependente químico e vou morrer dependente químico. Tenho recaídas até hoje. Estou limpo por um período grande, mas não me coloque em uma situação de risco. Não posso, por exemplo, ir para uma boate lotada com um monte de gente se drogando, é um gatilho”, explica. 

Se afastar de um grupo de pessoas, apagar contatos do celular e mudar de ambiente foram processos que funcionaram para Leo. Hoje, quando recorda tudo o que viveu, sente medo de voltar ao Rio de Janeiro e prefere não retomar algumas atitudes. “As pessoas percebem que estou bem, falando direitinho, mais calmo, ameno. Me dá tanta vergonha olhar como eu estava em vídeos do passado. Prefiro não assistir.” 

Dependência, família e trabalho

Quando começou a usar drogas, o jornalista tinha apenas 21 anos. O processo de dependência química foi contra a criação que recebeu na infância. Na época, o trabalho do pai, policial e subsecretário de segurança do estado do Rio de Janeiro, pautava o estilo de vida da família e envolvia muita rigidez. Durante anos, todos foram ameaçados de morte e Leo precisava ir à escola com escolta. 

Assim que o pai se aposentou do trabalho, o colunista começou a enfrentar problemas pessoais. “É muito claro pra mim, Deus não erra jamais. O meu pai sofreu muito comigo. Hoje em dia, ele me pede pra não voltar para o Rio de Janeiro, sabe que Pernambuco me fez bem. O sofrimento dos meus pais me fez sofrer mais do que tudo e me deu noção da minha fragilidade e fraqueza. O vício é uma escravidão.”

Graças a muita força de vontade e ao suporte de pessoas queridas, 2021 tem sido de mais equilíbrio. “Fui buscar ajuda na terapia e passei a entender os motivos que me levaram para aquela situação. Comecei nas drogas em busca de prazer sexual, mas o vício acaba se tornando uma desculpa pra tudo”, reflete. “Hoje eu reajo de uma maneira totalmente diferente para o que aconteceu na minha vida. Sou mais calmo, durmo melhor.”

As mudanças impactaram também o trabalho do jornalista, que passou a se colocar na posição de ouvinte e busca não julgar as situações: “Muitas pessoas chegam até mim e dizem que não é o momento certo de uma informação ser utilizada, respeito. Antes, eu era um louco desenfreado. É bom olhar para o passado e ver que não quero mais esse cara na minha vida.” Ouça a entrevista completa. 

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