Leilah Moreno está vivendo um sonho. Ela é a protagonista do musical “O Guarda-Costas”, baseado no filme homônimo, e vive a personagem Rachel Marron, eternizada por Whitney Houston nos cinemas. O papel exigiu muita preparação da artista, que se mergulhou de cabeça em todas as nuances para poder interpretá-lo. Por isso, ela ficou muito assustada quando, durante suas apresentações, ela descobriu que havia contraído três infecções de uma só vez.
“Peguei uma bactéria, Covid e H1N1, tudo ao mesmo tempo. Começou a afetar primeiro a garganta. Quando a gente descobriu tudo que era tive que dar uma pausa não só para proteger as pessoas, mas porque fiquei realmente ruim, fui hospitalizada. Fiquei 17 dias sem fazer o musical. Fiquei com muito medo, afetou demais mesmo a minha voz. Estou fazendo tratamento até agora, as pregas vocais ficaram flácidas. Estou me curando agora da pneumonia. Mas é muito difícil isso quando você é protagonista de um musical”, relatou ela em entrevista ao programa Antenados, comandado por Danilo Gobatto na Rádio Bandeirantes.
Apesar do ocorrido, ela conseguiu retornar ao palcos ainda mais determinada. Ela ressaltou que acredita que atores estão sempre sujeitos a esses riscos e que por isso é crucial se preparar em todos os intantes.
“Você tem que se preparar a vida toda, não tem intervalo. Eu não paro para me preparar para um papel, me preparo a vida toda”, frisou.
Acho que um projeto de musical para um artista que canta, dança e interpreta é o melhor cenário. Já fiz outros [musicais], mas nenhum em que pudesse mostrar mesmo o potencial e tudo que venho estudando a vida toda. O Guarda-Costas está tirando tudo de mim. Tudo que eu achava que nem podia fazer, coisas que já sabia poder fazer mas não tive oportunidade. Digo que é o meu melhor momento artístico
O Guarda-Costas conta a história de Rachel, uma cantora e atriz extremamente bem-sucedida, que começa a receber ameaças de um stalker oculto. Por isso, ela passa a receber a proteção de um guarda-costas e aos poucos os dois se apaixonam. Ainda mais famosas do que a narrativa são as músicas que a permeiam, como “I Will Always Love You”, “I Have Nothing” e “Queen of the Night”, que estouraram na voz de Whitney Houston.
Por ter uma voz mais grave do que a da cantora, Leilah achou que talvez não fosse conseguir o papel. Entretanto, ela deixou isso muito claro após realizar o teste e disse que estava disposta a realizar todo o treinamento necessário para levar a personagem com louvar. Sua determinação impressionou a produção e ela foi escalada.
“Tive que correr muito atrás de ter um condicionamento vocal. Cantar essas músicas é muito difícil. Você tem que ter uma musculatura do diafragma muito preparada, um condicionamento de oxigenação muito bom, porque são notas extensas”, contou ela.
A artista, que começou a cantar quando ainda era criança, ganhou notoriedade ao se apresentar no quadro "Quem Sabe Canta, Quem Não Sabe Dança", do Programa Raul Gil. Aliás, ela já cantava o repertório de Whitney Houston naquela época, mas acabou se intimidando com críticas que recebeu.
“Eu cantava Whitney no Raul Gil, foi a época em que a galera começou a me conhecer. Eu recebi muita crítica nessa época. Muita gente gostou, mas algumas pessoas criticaram demais. ‘Você não tem voz para cantar’. Eu era adolescente, tinha 16 anos. Muita gente mandava carta, me criticando muito. Eu acreditei nas pessoas e falei: ‘Não é para mim’. Parei por um tempo”, afirmou.
“Hoje [nas apresentações do musical] 90% das pessoas são só elogios. Mas tem uns 10% que talvez sejam fãs da Whitney que falam: ‘Você não está cantando igual a ela’. Só que o que as pessoas não entendem é que o papel não é Whitney Houston, o papel é Rachel Marron e estou dando vida a Rachel Marron”, complementou Leilah.