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Leci Brandão diz que foi proibida de falar em favela por diretor da Globo no carnaval

A artista comentou que foi afastada da cobertura em 1993 e destacou que a punição foi exclusivamente porque ela destacava demais assuntos relacionados às comunidades e favelas do samba

Da Redação

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Leci Brandão foi a convidada do segundo episódio do “Carnaval Sem Julgamento”, novo podcast do Band Folia, apresentado por Paola Novaes e Bruno Chateaubriand. Durante conversa, a sambista - que é Deputada Estadual de São Paulo - relembrou o tempo que atuou como comentarista dos desfiles no carnaval e revelou que foi censurada pela direção da Globo.

A artista comentou que foi afastada da cobertura em 1993 e destacou que a punição foi exclusivamente porque ela destacava demais assuntos relacionados às comunidades e favelas. “A palavra comunidade me tirou do comentário do Carnaval. Nunca vou esquecer isso”, contou.

Leci lembrou que foi avisada por um amigo do jornalismo sobre o descontentamento da direção da Globo sobre seus comentários e explicou que apenas aceitou a ordem. “Eu fiquei sabendo por um amigo meu do jornalismo, que disse: ‘Você fala muito em comunidade, Leci, tenta falar menos em comunidade porque isso está incomodando, tem gente da direção que está falando que você está falando demais’”, disse. “Eu falei ‘tudo bem’”, completou.

A artista contou que ficou afastada da cobertura do carnaval entre 1993 e 2001 por conta desse descontentamento da direção. Ela revelou que, quando foi convidada para voltar para a cobertura, um dos diretores da Globo, Aloisio Legey, voltou a avisá-la sobre o assunto.

“O que ele [Aloisio Legey] mais me chamou a atenção foi para que eu tentasse não falar muito da comunidade, tentasse fazer um comentário mais desvinculado disso”, disse. Ela contou que desvincular os comentários, mas a missão não foi fácil.

Era uma coisa mais de tentar humanizar o desfile. Eu mudei a minha forma de comentar, ou seja, falava das pessoas, mas tentava não falar da própria comunidade.

“Para mim, foi um pouco difícil porque o que eu fazia? Três meses, quatro meses antes do desfile, eu tinha um caderno espiral e nesse caderno eu ia para os barracões e ensaio os técnicos para poder anotar o nome das pessoas e saber o que elas faziam, como elas iam sair, enfim”, contou.

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