Considerados um dos pioneiros do sertanejo universitário, João Bosco e Vinícius admitiram ser bastante desafiador não ceder a pressão do mercado para produzir músicas totalmente comerciais e que não têm a cara ou a essência da dupla.

"O Vini sofre mais um pouquinho com a pressão e quer gravar umas coisas mais comerciais. Tenho que dar uma segurada. No geral, não é fácil porque temos que tomar muito cuidado. A gente tem que agradar o público que nos acompanha há mais de 20 anos, mas também queremos trazer novos adeptos ao nosso som", disse João, em entrevista ao Band.com.br durante o show em comemoração aos 27 anos da Nativa, neste domingo (24), em São Paulo.

Para contornar isso, eles investem em parcerias com artistas mais jovens. "Por esse motivo que estamos sempre gravando com uma galera nova porque ai a gente 'rouba' um pouquinho da energia deles também", continuou.

Segundo Vinícius, todas as canções escolhidas por eles são muito bem pensadas para agradar os fãs.  

"Eu acho que eu e o João sempre buscamos escolher o repertório e gravar músicas mais com o coração mesmo. Sendo uma música mais atual ou mais retrô um pouco... a gente sempre procura escolher repertório com aquilo que a gente sente que seja a cara do João Bosco e Vinícius, a nossa essência. Então, acredito que volta e meia a gente vem acertando algumas músicas aí e isso é o mais importante porque dá sequência ao nosso trabalho. Nosso público espera muito da gente e temos sempre que alimentar essa galera", falou Vinícius.

Apesar da pressão para se manter sempre no topo ou entre os mais ouvidos, João afirmou que este é o melhor momento da carreira da dupla, superando até quando estouraram com Chora, Me Liga, em 2008.

"São 22 anos de carreira nacional, mas tem 30 anos que cantamos juntos já. Esse é o melhor momento da nossa carreira. Tô para te falar que está sendo até melhor do que o ano que a gente estourou com Chora, Me Liga, que foi o ano em que as portas se abriram para o nosso trabalho. Isso porque hoje, com a maturidade que a gente tem e com a tranquilidade de resolver algumas coisas da nossa carreira, a gente vê de uma forma mais clara. Nesses 20 anos, a palavra que a gente mais usou foi resiliência. O artista tem que ter muita resiliência para se manter durante 22 anos como a gente se manteve", completou João.