Influencer brasileira viraliza após ser expulsa de trabalho voluntário no Japão

Chádia Karnib se formou em Direito, virou servidora pública e pediu licença no trabalho para viajar pelo mundo

Por Danielle Moraes

Influencer brasileira viraliza após ser expulsa de trabalho voluntário no Japão
Chádia Karnib
Reprodução/Instagram

Você já pensou em viajar pelo mundo? A Chádia Karnib, ex-moradora de Brasília, que tem 34 anos de idade, se formou em Direito e virou funcionária pública, realizou esse sonho. Após seis anos trabalhando no Tribunal do Distrito Federal, a atual produtora de conteúdo decidiu tirar uma licença de até três anos, sem receber seu salário, para viajar pelo mundo gravando todas as suas aventuras. 

O que a influencer não esperava era que seus conteúdos fossem repercutir nas redes sociais com assuntos tão polêmicos como, por exemplo, o choque de cultura entre os países. 

Em entrevista ao Band.com.br, a Chádia contou que decidiu começar esse período fazendo um mochilão de um ano. “Era um sonho antigo, antes minha vida não tinha um contexto para realizar esse desejo e agora surgiu a oportunidade. Pensei: ‘Se eu não fizer agora, eu não vou fazer nunca mais”, explicou. 

“Nesse meio tempo, comecei a fazer conteúdo para as redes sociais e esse mochilão não era apenas uma viagem de férias, é também um trabalho, porque, na verdade, estou me inserindo no mercado do turismo”, disse a advogada. 

A produtora de conteúdo revelou que seu ‘tour’ pelo mudo começou em fevereiro de 2024 e a ideia é estender até completar um ano viajando para escrever um livro com todos os momentos dessa trajetória. 

“O meu primeiro destino foi a Guatemala, depois fui para Costa Rica, depois Irlanda, aí fui para o Reino Unido e de lá Índia e agora estou no Japão, já foram 6 países em quatro meses, o próximo destino Monte Fuji, para visitar a montanha mais alta do Japão, e depois é a França, vou ir acompanhar as Olimpíadas”, relatou Chádia. 

A influenciadora reforçou que não tem tempo para estudar e buscar detalhes tão extensos sobre a cultura dos lugares que ela decide ir, já que está trabalhando com as redes sociais e também como voluntária para pagar suas hospedagens. “Meu orçamento de viagem é só para alimentação, eu tenho orçamento bem limitado, só para sobreviver. E para não gastar com a hospedagem, faço o voluntariado, trocando meu trabalho por um local para ficar. Pode ser qualquer tipo de trabalho, já fiz redes sociais, limpeza e trabalhei em festivais”, pontuou.

É cair de paraquedas mesmo no lugar, chego completamente crua, foi o que aconteceu quando cheguei aqui no Japão, o choque cultural é absurdo, nível intenso

O que aconteceu no Japão? 

A influenciadora viralizou nas redes sociais após contar para seus seguidores que foi expulsa do seu trabalho voluntário no Japão. Isso porque, segundo a influenciadora, nas primeiras 48 horas no país, o choque cultural foi enorme e ela precisou mudar seu jeito ‘brasileira’ de ser para conseguir viver um período no país asiático. 

Como relatou em seus conteúdos, Chádia foi de Tóquio para Osaka e já na viagem de ônibus foi surpreendida por outros passageiros pedindo para que ela fechasse a cortina da sua janela, apesar de negar os primeiros pedidos, ela foi abordada pelo motorista que insistiu: “Feche as cortinas”.

Em nosso bate-papo, Chádia chegou a pontuar como era algo inacreditável não poder ficar com a janela aberta. “Na minha cabeça, qual é o problema de abrir a minha cortina? Mas aí foi uma coisa atrás da outra, parecia que tudo que eu fazia era problemático, estava errado, destoando do país”, disse. 

A jovem contou que seguiu o pedido e foram nove horas de viagem no escuro, com todo mundo em silêncio. Chádia ainda afirmou que, ao chegar na cidade, estava muito feliz e demonstrou em sua forma de se expressar, mas, novamente, foi surpreendida com diversos olhares de pessoas locais, reprovando sua atitude. Segundo ela, para eles, aparentava ser um comportamento ‘inadequado’.

“Não tem nada que os japoneses aprovem mais do que o próprio espaço, a paz, o espaço e o silêncio deles. Eles ficam ofendidos se você invade o espaço deles”, contou a influenciadora. 

No conteúdo publicado por Chádia, ela explica que não tinha pesquisado nada sobre o país e precisou chegar lá para encarar a adaptação de viver em um local como o Japão. Além da situação no ônibus, logo de cara, ela foi expulsa do seu trabalho voluntário porque não teriam gostado do estilo da sua comunicação. 

De acordo com a influenciadora, antes mesmo de chegar no país, o anfitrião do projeto já estava dizendo que ela não poderia ficar no local por que não tinha um aplicativo utilizado para comunicação entre eles. “Ele falou que eu não podia ir porque nossa comunicação não estava acontecendo. Porque esse aplicativo, ‘Line’, ele vai traduzindo a conversa. Eu baixei, mandava mensagem, mas ele não me respondia”, destacou.

Chádia explicou que eles ficaram dois meses tentando resolver a situação, mas não conseguiram. “Na véspera do voluntariado, ele falou que eu não poderia ir, eu tentei de tudo, mandei prints e nada funcionava. Cheguei no Japão e não sabia para onde ia, estava largada, sem dinheiro para pagar a acomodação, meus primeiros dias foram terríveis”, destacou.

Após muita insistência, o anfitrião pediu para que Chádia fosse ao ‘hostel’ e eles tentariam uma comunicação via Instagram. Mas, chegando lá, a situação só piorou. Isso porque uma das suas companheiras de quarto estava muito doente e a influenciadora teria pedido para trocar de cama, já que não teria conseguido dormir à noite com os barulhos que a colega estava fazendo.

 “Eu só queria trocar de cama porque ela estava muito doente, queria ir da cama 4 para 7, que ficava do outro lado do quarto, um pouco afastada dela. E, ao fazer o pedido, ele surtou, disse que eu ia dar muito problema, não ia ser dar bem com as pessoas. Ele pediu para eu ir embora, basicamente me expulsou”, relatou a brasileira. 

A jovem contou que ficou nervosa com a situação, porque não sabia o que fazer, procurou a gerente do local, que te ajudou e, apesar do sufoco, permitiu que ela ficasse no local até finalizar o voluntariado. “Eu fiquei 30 dias trabalhando nesse ‘hostel’. Ela pediu para não falar mais com ele e assim fiz, só continuei”.  

Segundo a influenciadora, a situação foi melhorando ao decorrer dos dias, já que ela também foi se adaptando. “Fazer o voluntariado é muito doido, conviver com pessoas de outras culturas é uma coisa inacreditável”, falou. 

“Nada é programado, eu vou vivendo e sentindo qual deveria ser meu próximo destino. Vou pesquisando voluntariado e monitorando as oportunidades”, disse a influencer.

Apesar de todas as dificuldades, Chádia, que atualmente está em Okinawa, também no Japão, afirmou que essa é a melhor experiência da sua vida e é pouco provável que volte para seu antigo trabalho em Brasília. 

Ainda faltam 120 dias para concluir meu objetivo, mas, o meu momento favorito até agora foi quando vi um vulcão na Guatemala. Foi incrível!. 

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