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Grace Gianoukas vive Dercy Gonçalves no teatro e descobre 'ligação' com a atriz

Em entrevista ao Band.com.br, atriz fala sobre como se preparou para viver icônica intérprete

Guilherme Machado

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Heloisa Bortz/Divulgação

Quando foi chamada para interpretar Dercy Gonçalves no teatro, Grace Gianoukas buscou se afastar de uma espécie de imitação da artista. Por isso mesmo, ela se surpreende com a repercussão que sua performance tem tido junto ao público. 

"Eu não esperava realmente que as pessoas gostassem tanto. Muita gente me diz que é [como se fosse mesmo] a Dercy e não tive essa intenção. É muito deliciado viver uma personagem que existiu. Eu não tentei imitar a Dercy, tentei pegar a alma da Dercy”, destaca ela em entrevista ao Band.com.br.

A artista está em cartaz com “Nasci Pra Ser Dercy", espetáculo que fica em cartaz no Teatro Itália Bandeirantes, em São Paulo, até o dia 26 de fevereiro. Ele conta a história de Vera, uma atriz que vai fazer um teste para um filme sobre Dercy e fica chocada com a má qualidade do roteiro, julgando que ele distorce quem a artista foi de verdade. Por isso, ela começa a explicar para o público e para os diretores quem foi a real Dercy. 

“Tem muito a ver comigo. Nós atores estamos sempre precisando de trabalho, sempre precisando pagar as contas. Muitas vezes eu vou fazer algum teste porque estou precisando da grana, mas o roteiro é uma merd*. Você tem que ficar se convencendo de que você acredita. O que acontece com a Vera já aconteceu comigo diversas vezes [risos]”, diz Grace.

Enquanto Vera faz sua explicação na peça, ela se transforma na própria Dercy. Assim, Grace acaba vivendo duas personagens.

“A primeira coisa que fiz foi tentar compreender a Dercy, mergulhar, rever coisas que a Dercy fez. Não só filmes, mas trechos de shows gravados, programas, entrevistas. Também busquei colegas que conviveram com a Dercy, que sabiam quem ela era”, relata Grace.

Essa jornada proporcionou a Grace Gianoukas uma série de descobertas. A primeira é que ela, que sempre se achou desafinada, consegue cantar. Para isso, contou com a ajuda de um preparador vocal. A segunda, e talvez mais importante, é a influência que Dercy teve em sua vida.

“Só agora, depois que comecei a fazer e a pensar na Dercy, que me dei conta que eu meu entendimento do que é engraçado, do que é comédia, foi instalado por pessoas como a Dercy Gonçalves. Dercy Gonçalves, Charles Chaplin, Oscarito, Grande Otelo. O conceito de engraçado que existia quando comecei a entender a mundo como uma criança, foi instalado por Dercy e outros da geração dela”, ressalta. 

A atriz frisa que fugiu ao máximo de qualquer caricatura de Dercy Gonçalves e por isso mesmo quis fazer esse busca tão profunda  na história da intérprete. Em grande parte, ela vê que a peça, escrita e dirigida por Kiko Rieser, ajuda a desfazer uma série de estereótipos que se criaram a respeito de Dercy ao longo dos anos.

[Dercy foi] Uma pessoa que levou com originalidade, autenticidade. Ela sempre enfiou o pé na porta, apesar de na vida pessoal ela ser super séria, de ter criado a filha para não sofrer o que ela sofreu. Ela levou o improviso para a comédia, ela mudou a linguagem da interpretação no teatro brasileiro de comédia. Isso é um crédito que pouco concedem a ela. Esse espetáculo é um ponto de vista muito interessante e que nos aproxima muito como guerreiros pela arte, pela cultura, pela nossa sobrevivência dentro da cultura.

Serviço

Espetáculo: “Nasci Para Ser Dercy”

Quando: Até 26 de fevereiro -Sexta a Sábado, às 21h, e Domingo às 19h

Onde: Teatro Itália Bandeirantes, Avenida Ipiranga,344 , Edificio Italia - São Paulo:

Para comprar o ingresso, clique aqui.

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