
Fernanda Torres se emocionou ao falar, nesta segunda-feira (3), sobre a reação da mãe, Fernanda Montenegro, ao saber da vitória do longa Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025.
"Temos que pensar que esse é um filme sobre transmissão de uma experiência. A minha mãe é da mesma geração de Eunice Paiva. São duas mulheres que viveram um período muito terrível no Brasil, no mundo, que é a Guerra Fria, e elas criaram filhos que depois foram capazes de escrever livros e de atuar. Eu gosto de pensar que esse filme foi feito por duas crianças, que era Marcelo Rubens Paiva e Walter [Salles], que estavam naquela casa e que sofreram por tabela uma violência de Estado e que, décadas depois, criaram algo para que nunca aquela história fosse esquecida", começou ela em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
"Eu me sinto assim também com relação à mamãe. De certa forma, eu levo o legado da minha mãe adiante. E fico pensando nas crianças que estão vivas hoje, que filmes eles farão daqui a 50 anos sobre a nossa resistência hoje ao autoritarismo, aos movimentos antidemocráticos, à anticultura. É um filme sobre transmissão e sobre resistência ao longo do tempo", continuou.
Selton Mello também falou sobre a experiência que viveu durante a gravação e o lançamento do projeto.
"Sabíamos que daria um filme lindo contando essa história. E nós fomos uma família. Vivemos como uma família, de fato, ali durante um período grande. Isso foi fundamental. Foi a minha parte também nesse filme. Foi a parte solar, literalmente, do filme. Então, assim, foi lindo. Foi uma experiência maravilhosa. Eu acho que isso transcendeu, passou, pulou da tela e toca o coração das pessoas, porque é uma história de família, no final das contas", disse.