Pocah defende funk: "É muito difícil as pessoas aceitarem como uma arte séria"

Cantora ressalta os preconceitos que sofrem ainda hoje por cantar o gênero

Por Da redação

  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
Pocah se apresenta no palco do Faustão
Reprodução Band

Entre as artistas que apareceram no Na Pista do Sucesso, Pocah relembra o início de sua trajetória como cantora de funk e como até hoje sofre preconceito no meio. “Em todos esses anos de carreira é algo que eu enfrento de cara”, diz.

“A minha mãe trabalhou durante anos na casa da Vera FIscher, foi babá da Rafaela, e a Vera é muito importante na minha vida. Ela olhava pra mim com 6 anos de idade e dizia que eu tinha que ser modelo, atriz, e parecia muito distante", conta. A cantora lembra que desde muito jovem tinha a atriz como artista inspiração. 

Desde que viu que tinha vontade de entrar no universo musical, Pocah se deparou com muitos obstáculos, como a falta de dinheiro e de oportunidades. "Eu não tinha recursos, não tinha dinheiro, sou de Duque de Caxias no Rio, achava que não poderia realizar esse sonho. Mas, anos depois, o funk e a música me abraçaram e sinto que sou parte.”

Hoje Pocah é respeitada como artista, mas já sofreu na pele o preconceito de ser uma menina de apenas 16 anos cantando um gênero dominado por homens. “Quando eu era apresentada nos shows, os homens esperavam um a mulher bombada, e eu era uma menina, então eles ficavam frustrados quando me viam ali, falavam que não ia durar”. 

Ainda nova num meio muito machista, o público feminino foi quem fez a carreira da artista carioca decolar. Pocah conta que a identificação das mulheres com suas músicas foi o que  deu força para continuar no meio. “Por isso que eu canto sobre o empoderamento feminino, gosto de cantar pras mulheres”, canta a voz de “Não Sou Obrigada”, apresentada no palco do Faustão.

Além do obstáculo de ser mulher no funk, o próprio genêro ainda sofre preconceito no meio artístico. "Era difícil ser mulher no funk, que embora seja um ritmo de muito sucesso no Brasil e no mundo, ainda é muito difícil as pessoas aceitarem o funk como uma arte séria”, critica.

A cantora compara rap, funk e pagode,  genêros musicias que falam sobre a realidade das comunidades, mas de formas diferentes. As letras, em especial de raps e funks, falam sobre o que esses compositores estão vivendo e vendo dentro de suas realidades marginalizadas. 

“Muitos artistas usam sua voz e espaço para mostrar que aquilo que estamos fazendo é porque alguém tem que falar. Se não a gente, quem vai contar essa história?"

E ela ainda deixa um recado para os haters de plantão: "Se não gosta, tudo bem, é só respeitar. A pessoa tá ralando por aquilo, e o mínimo que a gente merece é respeito”.

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.