A passagem de Alok pelo Churrascão do Faustão desta sexta-feira (6) foi marcada pela festa comandada pelo DJ – mas também por depoimentos emocionantes. Durante o programa, ele foi surpreendido por homenagens gravadas por membros da família.
Em um deles, sua esposa, Romana Novais, recordou um momento delicado para o casal: a perda de um bebê.
“Foi um acontecimento que ressignificou tudo”
O depoimento de Romana começou de forma bem-humorada: “Alok é um cara muito sério. Dificilmente vocês vão ver ele fazendo piada por aí. Mas tem uma história engraçada que aconteceu quando ele me pediu em noivado, lá em Mykonos [na Grécia]. Ele veio em minha direção entregar a aliança e de repente jogou para cima, como se tivesse caído no mar. Fiquei sem reação", lembrou.
Em seguida, tocou em um ponto mais sensível da história dos dois. “Já tivemos muitos momentos difíceis. Já perdemos um bebê e foi depois desse acontecimento que tudo ressignificou, tanto para mim quanto para ele”, declarou. E falou sobre os dois filhos do casal: “Logo depois veio o Ravi, nosso raio de sol, e a Raika. Tenho muito orgulho do que você faz para mudar um pouco desse mundo. Te amo muito”.
“Separar do meu irmão foi dolorido, mas hoje vejo que fez sentido”
O vídeo gravado por Jaya Petrillo, seu irmão gêmeo, fez Alok chorar. Ele recordou que os dois sempre compartilharam as mesmas coisas, até os perrengues. Tanto que tocavam juntos como DJs, até que decidiram seguir carreiras separadas.
“Eu lembro que em 2010 eu decidi parar por um tempo e foi aí que ele decidiu criar a carreira solo dele, mais voltada para o house. de a gente ter ido pro primeiro show dele sozinho, de metrô. Era uma festa em Londres, um pub para 50 pessoas. Naquele dia eu pude prestigiar o trabalho dele da pista, como o grande fã do trabalho dele que eu sou. Desejo todo sucesso do mundo pra você", se declarou.
Emocionado com as palavras do irmão, Alok recordou: “Eu cresci com ele, sempre fiz tudo junto. E a gente acabou se separando. E quando é irmão gêmeo a separação é muito dolorosa. Acabei seguindo meu caminho. Foi o maior perrengue a vida em Londres, mas agora depois de 12 anos eu consigo olhar para trás e ver que fez sentido, fez parte, precisava conduzir a minha vida, eu sou protagonista dela e não contar que ele fosse dirigir metade sempre”, refletiu.
“Alok sempre foi um irmão ciumento”
Jaya Petrillo, irmã mais nova do DJ também participou do programa. “Alok sempre foi muito ciumento”, entregou. Ela explicou que, aos 11 anos, estava saindo da escola quando ele começou uma confusão com o irmão de uma amiga, que deu tchau para ela. “Ele falou: ‘Tchau, Jaya?’ e eu fiquei morrendo de vergonha. Falei ‘para, Alok’ e joguei a mão pra trás. Gente, o caos que esse menino fez. Ele falou para todo mundo que eu bati na cara dele, que eu dei um tapa na cara dele. Ficou uma semana sem falar comigo”.
Ao final do depoimento o irmão deu a sua própria versão. “Ela não só deu um tapa na minha cara como ainda ficou falando: ‘Eu vou se matar’. Nem português ela sabia falar direito", brincou.
“No começo da adolescência, ele teve depressão”
Ekanta, mãe de Alok, não poderia faltar nas homenagens. “Ele sempre foi uma criança muito sensível. Teve uma infância muito diferente da maioria, especial, porque a gente viajava muito”, declarou.
“Teve uma época no começo da adolescência dele que foi muito difícil. Ele teve uma depressão. Aconteceu que em um espaço de 6 meses a gente perdeu duas pessoas muito próximas e queridas da família: minha vó, que ajudou muito na criação deles e o tio, que morava e cuidava deles na Holanda”, pontuou.
A Faustão, Alok comentou sobre o momento. “Eu ficava perguntando muito o que acontecia depois da morte, essa pergunta me matava e eu não conseguia achar uma resposta que me deixasse tranquilo. Fui convivendo, mas tentando negar minha sombra e quanto mais você nega, mais ela cresce. A cada quatro anos mais ou menos essa pergunta aparecia de novo”, afirmou.
Com 24 anos, eu era o DJ número 1 do Brasil, tinha pouca idade, fama, grana, tudo o que as pessoas falavam que era o sucesso. Mas quando eu tive tudo aquilo, pensava ‘Não pode ser. Se esse é o sentido da vida, a vida não tem sentido’. Não pode ser isso.
“Então eu mudei a pergunta. Não era mais ‘O que acontece após a morte’. Era ‘por que estamos aqui?’. Ali a depressão começou a ser mais severa e eu consegui encontrar um sentido para a minha existência", disse, referindo-se aos trabalhos sociais que pratica.
"Antes eu não tinha essa percepção. Se você me falasse que ia fazer um trabalho social, eu ia dizer ‘Não faz isso não, compra uma Ferrari e vai ser feliz’. O sucesso é muito subjetivo, as pessoas têm que parar de seguir uma fórmula”, argumentou o DJ, que abriu mão de uma porcentagem dos seus lucros para fundar um instituto com seu nome, que atua no auxílio de pessoas em situação vulnerável.
“A morte de Marília Mendonça despertou gatilhos em mim”
Após as homenagens, Alok recordou um acidente de avião que sofreu em 2018 e como ele reverbera na sua saúde mental até hoje. “Ano passado eu estava em uma crise, muito depois que a Marília faleceu. Foram muitos gatilhos para mim. Entrei em uma crise existencial novamente, pensando só nas coisas negativas do mundo, me apegando a isso”, confessou.
O cenário mudou após um insight. “Teve um dia que estava com dor na garganta, tomei um antibiótico, no outro dia estava me sentindo bem melhor. Peguei a caixa e pensei: ‘Quem fez essa parada aqui?’. Lembrei que muitos seres humanos fizeram um trabalho incrível para que a gente tivesse o que tem hoje. Voltei a vibrar em uma frequência mais positiva”, avaliou.
Churrascão do Faustão
O Churrascão do Faustão desta sexta-feira contou com a participação do DJ Alok, do cantor Matheus Fernandes, da apresentadora Paloma Tocci e do jornalista Milton Parron. O Faustão na Band é exibido de segunda a sexta-feira, a partir das 20h30, logo após o Jornal da Band. Você pode assistir ao programa pela TV, site, YouTube, e app BandPlay.