Escolas estaduais retomam aulas presenciais nesta segunda e professores anunciam greve

Da Redação, com Melhor da Tarde e Band Jornalismo

A volta presencial às escolas, em São Paulo, ainda não é consenso entre os pais, que, agora, escolhem se vão ou não enviar os filhos para a escola. As unidades estaduais retomaram as atividades nesta segunda-feira, dia 8, e as municipais devem voltar no próximo dia 15.

Os professores do estado anunciaram greve contra o retorno presencial das aulas. A paralisação foi aprovada pela Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) em assembleia virtual. Segundo a categoria, 5 mil docentes (91%) aprovaram a medida. A rede estadual de São Paulo tem cerca de 190 mil professores, enquanto 82% foram favoráveis a permanecer com o ensino remoto. 

A categoria entende que não há segurança suficiente para o retorno mesmo no “modelo híbrido”: os alunos fazem atividades online em alguns dias e presenciais em outros. Boa parte das escolas tem adotado um sistema de rodízio, ou seja, cada série pode ir à escola em datas específicas.

Apesar da preparação, o sentimento é de que ainda falta estrutura, como relata uma professora da rede pública que prefere não ser identificada: "Por mais que seja dito que vai existir esse revezamento, o pai vai levar o filho mais de um dia para a escola e ele vai ficar fora da sala de aula".

A rede particular de ensino já voltou a receber os estudantes presencialmente, respeitando o limite de 35% da capacidade - o que, em média, não ultrapassa 20 alunos por sala. É o que tem acontecido no Colégio Santa Maria, na zona Sul da capital, onde um dos focos, agora, será diagnosticar o nível de aprendizagem dos estudantes, como explica a orientadora Maria Cristina Forti.

Esse primeiro momento de retomada também é de acolhimento dos alunos e funcionários, depois de meses em isolamento social. E lidar com o aspecto emocional exige rodas de conversas abertas com os alunos sobre os efeitos da pandemia, na opinião da psicóloga escolar Roberta Federico.

Em casos de surtos, como ocorreu em duas escolas particulares em Campinas na última semana, o infectologista Eduardo Medeiros fala sobre o protocolo a ser seguido: "se for um caso isolado, é possível afastar apenas a turma; caso contrário, toda as atividades deverão ser suspensas".

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