Martina Oliveira, 20 anos, é de Porto Alegre e ficou conhecida nas redes sociais por falar abertamente sobre sexo. No entanto, foi no OnlyFans e no Privacy que a jovem se destacou. Isso porque, além de faturar alto com as plataformas, ela é conhecida como Beiçola por lá. 

No entanto, nem tudo são flores. Pouco importa para o Fisco de onde vem o dinheiro ou como ele é conquistado. Se você ganha, você paga imposto. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, a jovem se mostrou indignada ao contar que precisou pagar R$ 173 mil de imposto ao governo. 

Ela disse que mesmo com o apoio de uma empresa de contabilidade, ela não conseguiu fugir ou diminuir o imposto. Contudo, com o intuito de faturar ainda mais, ela não perdeu a oportunidade de divulgar a plataforma em que vende seus conteúdos a fim de não sonegar impostos. "Sim, é verdade, p*ta paga imposto!”, disse ela, após quitar a dívida.

Nos comentários da publicação, os mais criticados foram o governo - que cobra o imposto, e o contador — “500 mil de faturamento com 173 mil de guia para pagar? Troque de contador”, disse um seguidor. “Bem-vinda a vida do empreendedorismo. Além de matar um leão por dia, você precisa caçar um cordeiro para o estado também”, falou outro.

Trabalhadores do sexo precisam pagar imposto? 

No Código Penal brasileiro, a prostituição não é considerada crime, porém o país nunca optou pela abolição total da prática ou pela regulação do trabalho — gerando muitas dúvidas acerca de quem vive do sexo para pagar as contas. No entanto, as pessoas que trabalham com sexo, não só precisam declarar imposto de renda, como também precisam pagar outros impostos conforme o faturamento.

Quem precisa pagar impostos?

Conforme as regras da Receita Federal, estão obrigados a declarar todos os contribuintes que tiveram um rendimento anual superior ao teto de R$ 28.559,70. Esse valor representa uma média mensal de R$ 2.379,97, incluindo não só o salário, como eventuais rendas extras.

Mas afinal, quem é a Beiçola do Privacy?

Conhecida como "Beiçola do OnlyFans", pelo corte de cabelo, Martina Oliveira já foi empresária e conta que decidiu vender conteúdos adulto quando foi assaltada. Rapidamente, ela obteve retorno e passou a faturar nas plataformas.

“Comecei sem grandes expectativas de ganhar muito dinheiro, mas já estava ganhando mais do que no meu emprego anterior”, contou a criadora em entrevista.

Privacy x prostituição 

Martina revela, em entrevista exclusiva ao Band.com.br, que chegou a faturar mais de R$ 500 mil por mês. A jovem disse que foca no trabalho para conquistar seus objetivos. “Ganho a grana que eu ganho, mas não gasto com coisas supérfluas. Ter esse conforto de saber que posso me aposentar em alguns anos, me faz muito bem. Sei que nenhum outro trabalho me daria isso”.

Na plataforma em que trabalha, a influenciadora vende fotos, conteúdos de sexo solo e acompanhada, entre outras coisas. No entanto, ela garante que é um trabalho muito diferente da prostituição em si e que difere muito dos filmes eróticos produzidos por estúdios. 

“Eu não me vejo produzindo filme pornô de estúdio. Pelo menos o que sei é que é uma coisa combinada e agressiva”, diz. “Não considerei ir para prostituição, não vejo meu corpo trabalhando dessa forma”, completa. 

A jovem conta que ainda é difícil encontrar pessoas que entendam seu trabalho como qualquer outro. “Quando minha mãe descobriu do OnlyFans, ela me chamou de p*ta. E não adianta tentar explicar que tem uma grande diferença entre ser trabalhadora do sexo e vender somente sua mídia”, diz. 

Hoje em dia, a relação entre a influenciadora e a mãe é boa. Mas ainda há um longo percurso para elas trilharem: “Não que ela me apoie, ela tem muita vergonha do meu trabalho, mas ela está feliz por eu encontrar meu caminho”.