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Em coroação, Harry reviverá traumas de rejeição a perrengue com partes íntimas

Harry retornará ao Reino Unido para ver o pai ser coroado como rei. Em seu livro, o príncipe relatou que sentia viver em uma espécie de gaiola

Guilherme Machado

Em coroação, Harry reviverá traumas de rejeição a perrengue com partes íntimas
REUTERS/Toby Melville

Neste sábado (6), ocorre a coroação do Rei Charles III. A festança trará de volta ao Reino Unido o príncipe Harry, que deixou posição oficial na família real para tentar buscar outra vida ao lado da mulher, Meghan Markle. O retorno do nobre já vem cercado de controvérsias, uma vez que, segundo a imprensa britânica, ele não deve ficar ao lado de nenhum membro importante da família e sequer participará da procissão em homenagem ao pai. Isso tudo acontece após ele lançar um livro chamado “O Que Sobra”, na qual expôs uma série de fantasmas com os quais teve que lidar em meio à realeza. Agora, esses mesmos fantasmas voltarão a assombrá-lo.

Uma coisa que fica evidente no livro de Harry é que sua relação com a família, pelo menos sob o olhar dele, nunca foi simples. Um dos episódios mais desconfortáveis que ele relata foi uma piada de “mau gosto” que o pai teria feito a respeito dele. “Quem sabe se sou seu pai verdadeiro? Talvez seu pai verdadeiro esteja em Broadmoor, meu querido filho”, teria disparado o atual rei.

O comentário é uma referência ao fato de que durante anos houve o rumor de que Harry poderia não ser filho de Charles, mas sim do major James Hewitt, um amante da princesa Diana. 

Em outra passagem, ele conta que chegou a ter uma briga física com o irmão, William. William teria chamado o irmão para uma conversa após uma carta de Meghan ao pai ter vazado à imprensa. O herdeiro ao trono então disse a seu irmão caçula que a mulher dele era “grossa”. A discussão foi ficando cada vez mais acalorada, até o momento em que William teria agarrado o irmão pelo colarinho e o arremessado ao chão

De ocorrido em ocorrido, um tema que permeia o livro é como essas situações afetaram a saúde mental do príncipe. Seja o relato de que durante anos ele não acreditava que a mãe estava de fato morta, até o dia em que foi até o túnel onde ela sofreu o acidente, ou como ele teria matado mais de 20 pessoas quando atuou no exército britânico dentro do Afeganistão, o mais tarde provocou ataques de pânico e crises de ansiedade.

Uma da histórias mais chamativas é quando o príncipe explica que teve uma queimadura por frio em seu pênis após uma viagem que realizou ao Polo Norte. Mais do que o fato inusitado, é particularmente chocante que o medo maior do nobre era que o caso fosse descoberto pela imprensa.

“Eu precisava ver o médico o mais rápido possível. Mas não podia pedir ao Palácio que encontrasse um para mim. Algum cortesão ficaria sabendo do meu problema e vazaria para a imprensa, e quando eu desse por mim, meu pau estaria em todas as manchetes", frisa Harry.

Com a ajuda de um amigo, ele encontrou um médico que por fim disse que a cura mais provável seria o tempo. “O tempo cura”, disse o profissional. “Sério, doutor? Não tem sido a minha experiência”, reflete Harry.

Essa última frase reflete bem o sentimento geral que passa por todas estas questões: Harry claramente sente que sua vida ficou cada vez mais complicada com o passar do tempo e que deixar sua família para trás foi uma espécie de libertação. Não por menos, ele encerra o livro com o relato da vez em que um beija-flor entrou em sua casa, onde vive com Meghan e os filhos.

Ele diz que a ave ficou presa no local e que a ajudou a sair ali. “Voe para longe”, pediu o príncipe. De certa forma, Harry se vê como o próprio beija-flor, que precisou voar para longe do ninho. Agora, ele terá que retornar a esse ninho e enfrentar mais uma vez a gaiola que ele disse ter sido seu lar por tanto tempo. Se seus relatos forem verídicos, não será fácil, mesmo que dure apenas algumas horas, ter de bradar: “Deus salve o Rei”.

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