Com tantas perdas provocadas pela pandemia do novo coronavírus, é impossível romantizar a quarentena. No entanto, alguns compositores fizeram do isolamento forçado um motor criativo, produzindo álbuns completos (em alguns casos, mais de um) em pouquíssimo tempo. Confira abaixo seleção nacional e estrangeira dessa discografia “pandêmica”.
Adriana Calcanhotto – Só
A cantora gaúcha teve um início de isolamento social inspirado e foi uma das primeiras artistas a mostrar o produto dessa solitude, no fim de maio. Trancada em casa, mergulhou na composição de nove faixas, a maior parte delas sambas, e produziu o disco completo em apenas 43 dias.
Baco Exu do Blues – Não Tem Bacanal na Quarentena
Bacanal seria o terceiro álbum de estúdio do rapper baiano, cuja finalização foi interrompida pela pandemia. Em três dias, inspirado pelo que vivia, descreveu seu isolamento em nove canções, de angústias a amenidades.
Fernanda Takai – Será que Você Vai Acreditar?
Ao lado do companheiro de banda e de vida, John Ulhoa, a cantora mineira fez bom uso do estúdio caseiro. Gravou músicas próprias e covers como Love Is a Losing Game, de Amy Winehouse, e One Day in Your Life, famosa na voz de Michael Jackson.
Marcelo D2 – Assim Tocam os Meus Tambores
O músico carioca transmitiu mais de 150 horas de trabalho em estúdio. Pareciam apenas lives divertidas, mas, na realidade, o público acompanhou “ao vivaço” a produção do disco, lançado em setembro com a participação de Criolo e Juçara Marçal, entre outros.
Nine Inch Nails – Ghosts V: Together e Ghosts VI: Locusts
A ideia inicial era cair na estrada em 2020, mas Trent Reznor e Atticus Ross, que hoje compõem a banda americana, resolveram canalizar seus temores em estúdio. O resultado são dois álbuns instrumentais disponibilizados online, de graça, em março.
Perfume Genius – Set My Heart on Fire Immediately
Mike Hadreas, o músico por trás do Perfume Genius, é famoso por transformações drásticas a cada álbum. No isolamento, condensou todas as suas facetas e compôs um disco repleto de esperança, embalado por clássicos do teatro musical, como Don’t Cry for me, Argentina.
Paul McCartney – McCartney III
Sir Paul McCartney fechou um ciclo de experimentações solitárias que começou em 1970, com seu primeiro álbum fora dos Beatles. Quarentenado em uma fazenda, compôs e tocou todos os instrumentos do disco, lançado em dezembro.
Taylor Swift – Folklore e Evermore
Assim como o Nine Inch Nails, Taylor não parou em um único álbum, não. Em dezembro, novamente de surpresa, a americana lançou Evermore, que chamou de “sister album” (ou disco-irmã) de Folklore, de julho. Amadurecida, ela deixou de lado os temas confessionais e criou personagens para inspirar composições.