Criado por jovem de 20 anos, jogo sobre tragédia em Santos vence concurso e será apresentado nos EUA

Da Redação

Aurora fala sobre a tragédia em Santos Reprodução
Aurora fala sobre a tragédia em Santos
Reprodução

O incêndio nos terminais químicos da Ultracargo, que aconteceu em Santos em 2015, é tema do jogo vencedor da oitava edição do Festival Games for Change América Latina, realizado na primeira semana de dezembro em uma versão 100% on-line e com apoio da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP).  “Aurora: A Child's Journey”, criado por Camila Bothona, de 20 anos, e projeto da Luski Game Studio, usa arte e tecnologia para falar sobre a tragédia de profundo impacto ambiental e social, colocando a visão de uma criança como experiência na Vila dos Pescadores. O jogo será apresentado em Nova York em julho de 2021. 

“É um exemplo claro de projeto que propõe mudança de consciência por parte do jogador, alerta para os impactos ambientais da indústria e tudo isso com uma arte primorosa”, justifica Gilson Schwartz, presidente da G4C América Latina. Além da viagem a Nova York, o projeto vencedor recebe um prêmio em “Moedas da Paz”, uma criptomoeda que funciona como unidade de conta da gratidão.
 


Em segundo lugar ficou “Locall”, de Klauss Roedel, uma aplicação sofisticada de técnicas de colaboração e projetamento para o desenvolvimento de comunidades. Em terceiro foi o “IST – Informação sem Tabu”, de Luiz Gustavo dos Santos Lima, jogo analógico que aproxima crianças e adolescentes de temas delicados sobre educação sexual. 

Destaques da Games for Change 
Além dessas premiações, o Museu do Ipiranga selecionou projetos que serão desenvolvidos para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil. “Sombras da Verdade” de Caio dos Santos Barbosa, “Mistérios da Independência” de Marina Jötten e “Retrato Falado” de Lucas Magon Santos terão apoio do Museu para desenvolvimento e publicação como parte das celebrações do bicentenário em 2022.

O projeto “D.E.A.XI”, de Yoshie Debora Wasano, foi o destaque na disciplina “Produção de Games” no Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da USP. “Defenders4Change”, projeto coordenado por Juliana Santos Pinheiro, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, alinha o “gameplay” a uma campanha pela proteção de animais silvestres e “pets”, tendo como foco os direitos dos animais. “Avant Garden”, de Paulo Hartmann, é uma sofisticada “gamificação” da proteção às árvores nas cidades, uma proposta desenvolvida a partir do seminário internacional realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Tecnologias para Arquitertura, Urbanismo e Design (NUTAU) da FAU-USP.

“Mais que uma simples gamificação, as propostas adotam a perspectiva de game ativação, ou seja, ativação de iniciativas que colaborem para a transformação de consciências, comportamentos individuais e viabilização de novas redes colaborativas”, completa Schwartz. 

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