Seguindo com o nosso projeto sobre Sororidade, hoje entrevistamos Daniela Petroni, empreendedora e fundadora da Puzzle Me. Após trabalhar no ramo de alimentos e bebidas, Petroni resolveu empreender abrindo sua empresa de quebra-cabeças, em 2016, atendendo uma vontade pessoal. “A Puzzle Me surgiu de uma dor pessoal minha, de não encontrar quebra-cabeças com imagens que me agradassem. Não existe nada mais prazeroso do que trabalhar com o que você tem paixão em pesquisar”, diz a empresária.
No fim de 2020, a Puzzle Me lançou o Projeto Mulheres, que transforma em quebra-cabeças obras de arte criadas por mulheres. A coleção tem o intuito de arrecadar fundos para instituições que apoiam mulheres em situação de vulnerabilidade. A cada produto vendido, 5% é destinado para as instituições IRME e Fala Mulher.
JornaldamodA- O que te motivou a criar uma empresa no segmento de quebra-cabeça?
Daniela Petroni – Eu sou uma apaixonada por quebra-cabeças e nunca encontrava imagens que me agradassem no mercado nacional, isso começa lá nos anos 2000. O processo foi bastante demorado. Além da falta de coragem, eu precisava me sentir segura e ter conhecimento da parte de produção. Parece fácil, mas produzir quebra-cabeças é bem complicado, principalmente no Brasil, país que não tem maquinários para essa finalidade, além da qualidade inferior do papel nacional. Iniciei a empresa em 2016 com foco nos projetos corporativos e realizamos projetos para o Lollapalooza, Cirque de Soleil, Gestamp, Tishman Speyer, entre outros. De lá para cá, já foram mais de 10 mil unidades de quebra-cabeças.
JDM – Você criou um projeto bem legal, em conjunto com uma artista mulher, e com renda revertida para a causa feminina. Teremos mais opções?
DP – Acabamos de assinar com a nossa 2º artista para o Projeto Mulheres, que é a Eva Uviedo (@evauviedo). Foi uma escolha linda e a Eva teve todos os cuidados na criação e pensou nos detalhes para um quebra-cabeça. Lançamos, em março, a imagem da Eva e a coleção da Frida Kahlo, com 500 peças.
Gostaria de trazer um artista da comunidade LGBTQIA+ em junho. Existem muitas causas importantes que queremos e pretendemos apoiar com a venda dos nossos quebra-cabeças. Isso está no DNA da Puzzle Me com o nosso projeto Pecinhas do Bem que visa doar parte do nosso lucro para causa que acreditamos.
JDM – Quais são as mulheres das artes (música, teatro, escrita) que mais te inspiram?
DP – A primeira frase que me veio à cabeça foi a Elis cantando: “Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar”. Elis é Elis né? Como não amar? Mas nesta canção, que é do Guilherme Arantes, sempre me faz pensar em empreender, pois por mais que você planeje, tenha metas é um jogo que você sempre está aprendendo a jogar.
Com o Projeto Mulheres tenho buscado me aprofundar e conhecer ainda mais mulheres que me inspiram. O que tem ficado muito claro para mim é que as que mais têm me inspirado são as que têm sido verdadeiras com elas mesmas, dizendo o que pensam, mostrando a vida como ela é. Aqui posso citar muitas, mas vou comentar as duas últimas que tenho acompanhado: Ruth Manus e Tainá Goulart.