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Confira entrevista exclusiva com Paralamas do Sucesso sobre 40 anos de carreira

Band exibe neste domingo (11), às 22h, o especial “Os Paralamas do Sucesso: 40 anos de História” em homenagem ao Dia dos Pais

Da Redação

Paralamas do Sucesso falam, em entrevista exclusiva com Paloma Tocci, sobre  40 anos de carreira e show que será transmitido na Band neste domingo (11), às 22 horas em homenagem ao dia dos pais. 

Veja a entrevista completa abaixo:

O que vocês prepararam para essa noite? O que é esse show de clássicos? 

“Não são clássicos no sentido das músicas que tiveram mais repercussão, mais popularidade. Para gente é uma estrutura dos passos importantes no aprendizado da banda, na evolução do estilo e nas mudanças", iniciou Herbert Viana. 

“Levamos 40 anos para preparar esse show que a gente apresentar aqui hoje, uma turnê que já vem enrolando há um tempinho, logo depois da pandemia a gente preparou esse show para a estrada. A gente tá chegando nesse momento super emocionante de estar aqui e fazer esse registro. Já fizemos vários álbuns ao vivo, gravamos festivais de música, mas aqui é um show só nosso, celebrando esse tempo de estrada, está sendo muito emocionante", continuou João Barone. 

 E como foi a escolha das músicas?

"Foi bastante natural, são as músicas que a gente gosta de tocar, músicas que sabemos que tem um bom apelo com o público", disse Bi Ribeiro. 

 “A gente preparou esse show no mesmo molde de um show de um disco inédito. A gente experimenta as músicas uma depois das outras nos ensaios e vê atmosferas e os climas”, contou Barone. 

Qual a música da vida do Paralamas?

 “São tantas, é cada momento. Foi emocionante quando tocou no rádio”, relembrou o grupo. 

A legião que vocês têm de fãs também. Vem muito por isso, por uma admiração sem precedentes pela tua história [Herbert], pela tua garra e pela tua resiliência, a capacidade que você deu outro significado para a sua vida, para sua trajetória.

“Eu acho que antes de qualquer é fato que levasse a atenção pública uma coisa muito clara a respeito disso. Eles vêm que não é nada é de descrição, de situações, são o que a gente chama de ‘vômitos emocionais’, gritos de desespero, de alegria, de sonhos”, relatou Herbert. 

 Tem pai, filho, avô são muitas gerações. Como é para vocês perceberem isso? 

“Uma peculiaridade pós-acidente, é que tocando sentado ao invés de em pé, suando e pulando rios de suor no rosto, depois que passei para essa condição, você tem muito mais claro um senso de observação da expressão do olhar das pessoas, do tipo de atitude, da energia, que é que aquela canção causa. Você sente como uma troca muito verdadeira da banda com a plateia. São simplesmente coisas de gritos emocionais […] A gente viu muitas gerações surgindo e percebemos um certo interesse de uma turma jovem pelos shows, a gente vê a molecada, é engraçado que hoje em dia a música virou um negócio muito amplo, a música permeia. 

A música “Aonde Quer Que Eu Vá” tem mais de 100 milhões de downloads de streaming. Mas, você vê uma galera ali na tua frente é o grande diferencial, o show com essa interface que emociona", revelou Paralamas. 

Como vocês conhecem essa mudança de plataforma, vocês têm discos emblemáticos. Como é para vocês hoje essas mídias tão diferentes? 

"Eu Gosto muito dos meus LPS dos meus CDs e tenho todos, mas na coisa é muito natural, porque é muito mais fácil você acessar a música que você quer hoje em dia muito rápido. Teve aquele período que as músicas foram para internet sem nenhuma volta para os artistas, para aos compositores.  Foi um período difícil, que a gente não sabia onde que ia parar. Mas passou essa fase e agora a música já voltou a ser remunerada. Vamos ver o que vai acontecer", disse Bi Ribeiro 

O que vai acontecer com vocês daqui para frente? O que vocês vislumbram e imaginam?

"Estamos começando um novo círculo de 40 anos. Mais ou menos isso, com essa expectativa de 40 e tantos anos. Estamos no início desse novo processo e é um aprendizado o clima meio de aprendizado. Vocês vão ter que aturar a gente", brincou o grupo. 

Depois de 40 anos, é claro que a gente aquece a voz, se prepara, mas vocês têm que ensaiar também, como é isso?

“Quando você tem uma dinâmica na mudança na estrutura do show para adequar aos diversos momentos ou novos impulsos que vem de dentro da banda,  a gente acaba mexendo, e, além de tudo isso é uma ótima manifestação da banda viva e criando junta”, contou Herbert. 

É impressionante como ao longo desses 40 anos, vocês mantêm uma paixão, uma união, ao cantar com os olhos fechados, sentindo a música. O que é isso depois de 40 anos?

No linguajar paralâmico, a gente chegou uma expressão, que as canções, elas não são elaboradas vendo ou fazendo considerações a respeito das coisas, são o que eu normalmente chamo de vômitos emocionais. São gritos de alegria, de tristeza e de perplexidade. Enfim, são todas muito autênticas e muito vividas”, disse Herbert.

O que vocês prepararam para esse show cheio de clássicos. E como foi escolher um repertório, entre tantos sucessos? 

“Acho que 40 anos ajuda um pouco. Tem um monte de música conhecida então fica quase fácil da gente conseguir colocar Todas aquelas músicas que são mais emblemáticas, da nossa carreira. Então o show tá bem costurado como Herbert falou, a gente tem várias nuances ao longo do show, tem as áreas que a gente solta todas as bombas, tem as áreas água com açúcar, do Reggae, então a gente vai criando todas as essas atmosferas”, contou João Barone. 

 Vocês passeiam por vários ritmos, faltou algum? Falta algum que vocês queiram explorar mais ainda ou cumpriram bem todos esses passeios, digamos assim?

Acho que a gente conseguiu ao longo desse tempo todo usar a música nosso favor assim. A gente tá nisso, porque gostamos de tocar. Acho que a gente só não consegue tocar Heavy Metal Speed Metal, mas por enquanto a gente dá nossas cacetadas aqui”, falou Barone. 

Quem são os para-lamas de 40 anos atrás e como vocês se veem agora?

"Nós éramos moleques sonhadores, eu e o Bi a gente vinha de Brasília, de uma cidade onde as pessoas têm mais informação, mais acesso e mais facilidades, em alguns níveis. Vários amigos da gente tinham instrumentos de qualidade. E, quando eu mudei para o Rio, meu pai mudou para o Rio, e o Bi veio para o Rio também para fazer vestibular, a gente ficava brincando juntos tocando e lembrando das coisas de Brasília e, por isso, que na primeira canção a gente mencionava isso, que a gente queria um algum dia poder tocar em Brasília. Os Paralamas vão tentar tocar na capital, então a gente sonhava com isso e viajava pelo Brasil e a riqueza que isso simboliza", iniciou Herbert. 

 “A gente continua gostando de tocar e continua achando coisas novas pelo Brasil afora, então é uma coisa não mudou muito não”, completou Bi. 

 Eu vi uma entrevista recente que vocês contam um pouco do nome Paralamas do Sucesso, que ali num primeiro momento não era ali o nome ideal. Quando vocês deram conta de que é esse o nome deu certo?

 “O negócio estourou e até hoje a gente não sabe se é mesmo o nome ideal, né? Mas é o que a gente tem. Foi na hora que a gente foi gravar o primeiro disco e a gente falou: ‘Pô, será que a gente vai assinar embaixo desse nome mesmo?’. Mas não tinha como, a gente se chamar de outra coisa”, revelou Bi. 

“A gente fez uma competição interna para ver quem produzia o pior nome possível. E aí o Bi acabou ganhando, porque ele causou um ataque de riso no nosso grupo de amigos, quando ele veio com esse foi gargalhada”, lembrou Herbert. 

“A gente não tinha a menor ideia que é um dia tem que explicar que esse nome ia sair em algum disco em algum lugar, então era uma brincadeira”, completou Bi. 

Eu queria pedir para vocês convidarem todo mundo ligado na Band para acompanhar esse show que é um verdadeiro presente. Lanterna Dos Afogados, como vocês sentem essa música? 

Essa música, como todas as músicas da gente é um documento absolutamente autêntico de um momento de tristeza, de sensação de perda de rumo, de uma muito profunda.  Nessa situação, você acaba buscando e se agarrando nas referências que surgem na sua sensibilidade, na sua visão de mundo.  Então essa é uma dessas manifestações", declarou Herbert. 

"A gente adora a Band, por sinal.  Muitos beijos a todos envolvidos na produção, na criação, no empenho e a gente convida todo mundo que tá conectado aqui para que venham celebrar com a gente ao vivo essa, festa e essa junção de ângulos da cultura brasileira, com esporte, com música, com empenho. Então venham por favor!"

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