Mia Khalifa, a ex-atriz pornô libanesa que ganhou fama internacional aos 30 anos, tornou-se uma figura controversa após protagonizar uma cena de sexo usando hijab, véu usado por algumas mulheres muçulmanas para cobrir a cabeça, despertando a ira até do grupo extremista Estado Islâmico. A influenciadora chegou a receber, inclusive, ameaças do grupo.
Hoje, com mais de 27 milhões de seguidores no Instagram e residindo nos Estados Unidos, Mia abandonou a indústria pornográfica para se reinventar como influenciadora digital. Em entrevistas, ela desencoraja aspirantes a ingressar no ramo adulto, revelando que seu passado continua a afetar sua vida diária, enfrentando julgamentos ao simplesmente sair às ruas.
A trajetória de Mia na indústria adulta começou em 2014, quando se mudou para Miami e foi abordada por um produtor. Seu grande destaque ocorreu ao participar de um filme da BangBros usando hijab em um ménage, o que alavancou sua fama rapidamente, atraindo tanto elogios quanto críticas.
Figuras religiosas em seu país a criticaram duramente, mas a tentativa de censura apenas impulsionou a divulgação internacional do material, que acumulou mais de 1,5 milhão de visualizações.
Na mesma época, Mia Khalifa se tornou a artista mais procurada em um renomado site de conteúdo adulto, o Pornhub, alcançando o status de destaque em ambos os gêneros. Em dezembro de 2014, a empresa revelou esse feito, consolidando ainda mais sua posição na indústria.
Em 2016, uma revista masculina britânica a elegeu como uma das 10 maiores estrelas pornôs do mundo.
O que tudo isso tem a ver com Leonardo Di Caprio?
Nascido em 11 de novembro de 1974, Leonardo DiCaprio completa 49 anos com uma carreira marcada por sucessos no cinema e um compromisso notável com o ativismo ambiental. Seu início precoce em comerciais de televisão evoluiu rapidamente para o mundo do cinema, mas foi com "Titanic" (1997) que DiCaprio alcançou fama internacional.
Colaborando em diversas produções com Martin Scorsese, o ator recebeu seu primeiro Oscar por "O Regresso" (2015). No entanto, sua influência vai além das telas, destacando-se pelo ativismo ecológico ao fundar a Leonardo DiCaprio Foundation.
Em 1998, DiCaprio era o "rei do mundo". Enquanto recebia uma avalanche de roteiros após o sucesso de "Titanic", seu cotidiano era marcado por festas e um estilo de vida extravagante. Nomes como Donald Trump, Susan Sarandon e Mariah Carey buscavam cumprimentá-lo nos camarotes.
Atualmente, DiCaprio ainda é um dos atores mais famosos do planeta, mas sua vida pessoal permanece envolta em mistério. Em 2000, o próprio ator admitiu: "Finjo ser um enigma complexo, mas, na verdade, não quero que ninguém saiba quem sou. Quero parecer o mais seco, cinzento e sem graça possível", antes de destacar questões de extinção de espécies.
No entanto, parece que mesmo com a fama e os trabalhos de grande sucesso, Mia Khalifa, por exemplo, acabou ganhando mais destaque do que o ator. Conforme dados do Google Trends, em janeiro de 2015 as buscas pelo nome da ex-atriz pornô aumentaram. Na época, as discussões em torno do vídeo de sexo feito por ela usando hijab estavam inflamadas.
Contudo, o curioso, é que o nome de Mia se manteve com maior percentual de buscas com relação ao nome de DiCaprio na maior parte do tempo ao longo dos anos. O nome do ator só aparece em alta nas buscas em 2016, quando ele ganhou o Oscar de 'Melhor Ator', após sua atuação no filme 'O Regresso'.
Causou polêmica por opiniões políticas
Mia conquistou uma base de fãs diversificada, que a segue não apenas por sua história polêmica, mas também por sua autenticidade ao abordar questões pessoais. Ele já armou discussões com diversos famosos. Até Anitta já foi criticada por Khalifa.
No entanto, em outubro do ano passado, um comentário, a fez perder o emprego e causar grande polêmica nas redes sociais. Isso porque ela celebrou um ataque do grupo extremista Hamas a Israel, que deixou milhares de mortos. Em outubro de 2023, conforme o Google Trends, foi o mês em que a influenciadora teve o nome mais buscado no ano. (Conforme o gráfico acima)
Apoiadora da Palestina, Mia é de origem libanesa, e pediu aos extremistas do Hamas que virassem os telefones e filmassem os vídeos dos conflitos na horizontal. Ela ainda comparou a imagem de terroristas em Israel a um quadro renascentista.
"Eu só quero ter certeza de que haverá imagens em 4K do meu povo quebrando as paredes da prisão ao ar livre em que foram forçados a sair de suas casas, para termos boas opções para os livros de história que escrevem sobre como eles se libertaram do apartheid", disse ela.
As críticas na internet foram inevitáveis. Todd Shapiro, CEO da Red Light Holanda, empresa que comercializa cogumelos alucinógenos e que contratou a atriz como consultora recentemente, também viu a publicação e demitiu a ex-atriz ainda na internet.
Em um e-mail endereçado aos assinantes, a revista Playboy informou que cortou o vínculo com a ex-atriz pornô por não concordar com suas declarações sobre o ataque de Hamas a Israel.
No e-mail, a empresa também criticou a posição da modelo e disse que os comentários publicados pela atriz foram “nojentos” e “repreensíveis”. “Na ‘Playboy’, encorajamos a liberdade de expressão e o debate político construtivo, mas temos uma política de tolerância zero para o discurso de ódio. Esperamos que Mia compreenda que as suas palavras e ações têm consequências”, diz o comunicado.
Devido a toda a confusão gerada nesse período, o nome da atriz ganhou ainda mais relevância.