Como o Spotify transformou o jeito de consumir músicas nos últimos anos

Segundo dados do Google Trends, as buscas pela plataforma só aumentaram ao longo do tempo

Da Redação

Mulher ouvindo música
Freepik

O Spotify, lançado em 2008, rapidamente se tornou a maior referência de música no mundo devido a uma combinação de fatores estratégicos, tecnológicos e culturais. 

Uma das principais razões para esse sucesso foi a capacidade da plataforma de oferecer um modelo de streaming acessível, permitindo aos usuários ouvir milhões de músicas gratuitamente, com anúncios, ou pagar uma assinatura para remover essas interrupções. 

Isso se mostrou uma alternativa atraente à pirataria, que dominava a distribuição de música na época.

Outro fator crucial foi a personalização. O Spotify investiu em algoritmos de recomendação, que analisam os hábitos de escuta dos usuários para sugerir novas músicas e playlists personalizadas. 

Essa inovação fez com que os usuários descobrissem novos artistas e músicas de forma mais eficiente do que em qualquer outra plataforma, criando uma experiência única e envolvente.

Outro exemplo disso é o relatório anual personalizado com as músicas mais ouvidas das pessoas, que a plataforma costuma entregar no final do ano. Isso porque, incentivou que os usuários compartilhassem os resultados nas redes sociais, atraindo então, novos assinantes. 

Segundo dados do Google Trends, nos últimos cinco anos, todo mês de dezembro, as buscas dos brasileiros pela plataforma na internet atingem um pico maior do que o comum. 

Buscas pelo Spotify no Google (Gráfico: Band/ Google Trends)

Além disso, o Spotify se posicionou como uma plataforma global, expandindo rapidamente para novos mercados e adaptando-se às preferências musicais regionais. A criação de playlists curadas por editores locais e a inclusão de conteúdo exclusivo, como podcasts e shows ao vivo, ajudaram a consolidar sua posição como líder na indústria.

O Spotify não inventou o streaming de áudio, mas atingiu um nível tão alto de relevância que, hoje, é sinônimo de música digital. Segundo Daniel Ek, CEO do Spotify, para o segundo trimestre de 2024, a plataforma projeta uma receita de cerca de US$ 4 bilhões (aproximadamente), o que representaria um aumento anual de cerca de 19%. 

A empresa espera adicionar 16 milhões de usuários ativos mensais totais, alcançando 631 milhões, e 6 milhões de assinantes Premium, totalizando 245 milhões.

O Google Trends também prova que, desde o lançamento no Brasil, em 2014, o interesse do público pelo streaming de música só aumenta. Em novembro de 2023, o Spotify alcançou o maior pico de buscas de todo o período - nessa época, eles lançavam o Spotify Podcast Festival, evento que reuniu os principais nomes do podcast brasileiro. 

Buscas pelo Spotify no Google (Gráfico: Band/ Google Trends)

A acessibilidade em múltiplos dispositivos, desde smartphones até smart TVs, também foi um diferencial importante. Com isso, o Spotify conseguiu estar presente no dia a dia dos usuários, seja em casa, no trabalho ou em trânsito, facilitando o acesso à música em qualquer lugar.

Parcerias estratégicas com grandes artistas e gravadoras também desempenharam um papel fundamental no sucesso do Spotify. A empresa conseguiu atrair os principais nomes da música para lançar álbuns e singles exclusivos na plataforma, o que atraiu ainda mais usuários.

Como surgiu o Spotify?

O Spotify não foi o grande criador do formato de áudio online, mas se consolidou no mercado como sinônimo de música digital. Criada pelos suecos Daniel Ek e Martin Lorentzon, a plataforma foi uma das protagonistas da transformação da indústria musical, que tanto sofria com a pirataria.

Segundo Ek, a ideia nasceu com a proposta de oferecer um serviço que fosse mais prático que o download ilegal, ao mesmo tempo, em que compensasse a indústria. Gravadoras como Universal Music, Sony BMG, EMI Music e Warner Music Group embarcaram na ideia e atraiu ainda mais a atenção do público.

Na época em que predominava o modelo de compra - você paga por um álbum, não importa se em mídia física ou formato digital, e ele passa a ser seu - o Spotify surgia com o modelo de pagar para acessar, não ter posse.

O Spotify só viria a se tornar realmente conhecido a partir de 2011, quando chegou aos Estados Unidos. Hoje, a plataforma de streaming é a mais popular do mundo, estando presente em pelos menos 65 países.

A chegada do Spotify no Brasil

O público brasileiro precisou ter um pouco mais de paciência para explorar a plataforma. O Spotify chegou por aqui em 2014 com a garantia de que os usuários brasileiros teriam streaming com a mesma qualidade de áudio que existia nos Estados Unidos, além da presença dos artistas locais, com repertórios importantes.

O interesse pela novidade era enorme. Na época do anúncio que a plataforma chegaria ao país, mais de 400 mil pessoas se inscreveram no site para receber um convite, e as lojas de aplicativo registraram mais de 200 mil downloads.

A expectativa fez com que a companhia criasse planos ambiciosos para o mercado brasileiro, que logo foram correspondidas pelo público.

O Brasil no Spotify

Em dez anos, o número de faixas de artistas brasileiros aumentou em 656% na plataforma, e os streams em faixas de artistas nacionais cresceu mais de 240 vezes no Brasil. Vale dizer ainda que o país representa, em média, mais de 60% do consumo de artistas locais no Spotify desde o surgimento.

Nesta última década, o mundo também passou a descobrir artistas brasileiros através da plataforma. O DJ Alok foi o primeiro artista brasileiro a entrar no Top 100 Global do Spotify com o hit Hear Me Now, em 2017. 

A cantora Anitta foi a primeira artista brasileira a alcançar a primeira posição do ranking com a música Envolver, em 2022 - feito que se repetiu outras vezes depois disso. 

Músicas por artistas brasileiros mais escutadas no Spotify no mundo nos últimos 10 anos (2014-2024)

  • “Leão”, de Marília Mendonça
  • “Nosso Quadro”, de Ana Castela e Agroplay
  • “Arranhão – Ao Vivo”, de Henrique & Juliano
  • “Bombonzinho – Ao Vivo”, de Ana Castela e Israel & Rodolffo
  • “Mal Feito – Ao Vivo”, de Hugo & Guilherme e Marília Mendonça;
  • “Eu Gosto Assim – Ao Vivo”, de Gustavo Mioto e Mari Fernandez
  • “Liberdade Provisória – Live – Ibirapuera / 2019”, de Henrique & Juliano
  • “Erro Gostoso – Ao Vivo”, de Simone Mendes
  • “Deixe Me Ir – Acústico”, de 1Kilo
  • “Shape of You”, de Ed Sheeran

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