Saiba por que animais resgatados do RS precisam de probióticos na recuperação

Veterinário explica que bichinhos estão sem alimentação por um período grande e que permanecem pressionados por doenças infecciosas

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Arquivo Pessoal

Os probióticos estão entre os itens de primeira necessidade mais pedidos para os pets resgatados das enchentes no Rio Grande do Sul. Entre outros remédios, rações, toalhas, caixinhas de transporte, testes de Fiv e Felv, além dos que detectam parvovirose e cinomose, esses considerados suplementos nutricionais, são microrganismos vivos (bactérias e leveduras) que conferem efeitos benéficos à saúde de cães e gatos, quando ingeridos em quantidades adequadas.

Como explica o veterinário e coordenador de comunicação técnica da Vetnil (empresa farmacêutica veterinária), Kauê Ribeiro, os bichinhos resgatados estão em diferentes períodos sem qualquer alimentação e pressionados por diversas doenças infecciosas, especialmente a leptospirose. 

Por isso, há dois pontos que precisam ser focados: o primeiro é o cuidado para retomar a alimentação desses animais, para evitar a síndrome de realimentação – que pode ocasionar diversos sinais clínicos, até mesmo levar o animal a óbito; e segundo é o cuidado com a capacidade imunológica desses animais.

“Para ambos, o uso de probióticos é necessário, pois irá regularizar a microbiota, ou seja, irá dar suporte para as bactérias benéficas do intestino a metabolizarem o alimento que voltará a ser ingerido, lembrando sempre de fazer a reintrodução alimentar de forma gradual! Além disso, os probióticos têm um papel importante para estímulo ao sistema imunológico. Eles também podem ser associados a prebióticos e betaglucanos para um efeito ainda mais amplo”, explica o veterinário.

O desequilíbrio da microbiota intestinal em cães e gatos, conhecido como disbiose, pode ocorrer por diversos motivos como estresse, mudanças abruptas na alimentação, alimento de baixa qualidade ou por algum tratamento medicamentoso.

“No caso dos gatos, o estresse comumente provocado por alterações na rotina como mudança de residência, convívio com pessoas ou pets diferentes no ambiente (ou algo totalmente atípico e assustador, como está sendo o caso das enchentes) também pode promover esse desbalanço sobre a microbiota. O consumo de alimentos tóxicos, entre diversos sintomas, também pode ocasionar disbiose e resultar em diarreias.”

Além de lidarem com os tratamentos dos resgatados, adoções e busca pelos tutores perdidos, os protetores também lutam contra o tempo para um quase em fim de bichinhos perdidos, nervosos e implorando por socorro. Eles pedem ajuda de quem possa deslocar-se até o Sul com experiência no trato com os animais para compor as equipes, além de suprimentos e materiais para serem utilizados nos resgates. Para acompanhar de perto o trabalho com os animais, você pode acessar os perfis @gattedostore, @grad_brasil, @catitude.catsitter e @deisefalci no Instagram. 

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