Uma combinação de fatores como chuva e calor intenso tem elevado o número de casos de dengue no Brasil. O país pode atingir, inclusive, 5 milhões de casos neste ano, de acordo com uma previsão do Ministério da Saúde em parceria com o InfoDengue, da Fiocruz.
A epidemia, já decretada em alguns municípios, mantém muita gente em alerta para os cuidados e medidas de prevenção, inclusive os tutores de pets, que precisam ficar atentos a seus filhos bichanos e doguinhos.
Leia, a seguir, as cinco principais informações sobre pets e dengue. O professor Paulo Eduardo Brandão, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da FMVZ (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP) respondeu aos questionamentos desta coluna.
Em primeiro lugar, é importante saber que cães e gatos podem ser picados pelo Aedes aegypti, o mosquito da dengue. Apesar disso, eles não ficam doentes como os humanos quando entram em contato com o mesmo mosquito. “Há raros relatos de infecção pelo vírus da dengue em cães, sem manifestação de sinais da dengue, e nenhum em gatos, sem evidência de que eles tenham qualquer papel no ciclo da doença”, explica Brandão.
É possível usar repelente para proteger cães e gatos da picada de mosquitos em geral. “Há uma diversidade de repelentes para cães e gatos. Há também coleiras que repelem o mosquito transmissor da leishmaniose, o mosquito palha, que é diferente do Aedes. Esta sim é uma zoonose que acomete cães e que é de alta importância em nosso meio.”
Não existe tratamento para a dengue, nem para seres humanos, nem para outros animais.
Os potinhos de água de cães e gatos e as fontes utilizadas para estimular a hidratação dos felinos podem atrair o mosquito da dengue. “É necessário lavar diariamente estes recipientes e trocar a água”, diz o professor.
Trata-se de uma doença puramente humana e a prevenção da dengue deve ser centrada no controle do mosquito transmissor pelo cuidado de não deixar acumular-se água na qual ele se reproduz. “Para seres humanos, há vacinas.”