Foi uma enquete feita pela Heloisa entre as amigas que definiu: o novo gatinho da família se chamaria Oreo. Com nome de bolacha gostosa, o pretinho simpático com jeito destemido chegou para completar o agora quarteto de felinos na casa da Helô: a mais velha e única menina, Mila (de quase 10 anos); o frajola Bartô (9), o alfa Bruce (8) e o caçula Oreo compõem a parte gateira da família multiespécies da defensora pública Renata Tibyriçá, 48 anos.
Oreo, que se chamava Chimas ainda na ONG AUG (Adote um Gatinho), de São Paulo, é mais um gauchinho que virou paulista em condições nada memoráveis. Ele foi resgatado de um telhado com a mãe e os irmãos por uma ONG parceira da AUG em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, ainda na ocasião das enchentes que assolaram o estado.
Bem filhotinho ao ser socorrido no Sul, ele chegou em terras paulistas com uma idade estimada de dois meses (três quando chegou na casa da Renata). “Acho que a gente pode contribuir de alguma forma recebendo esses animais. É muito difícil, ainda mais nessa situação, de pessoas que não retornarão mais às suas antigas casas e também de animais que eram comunitários e agora não têm mais cuidado nenhum”, disse Renata.
Já era um desejo antigo da Helô, que tem 11 anos, adotar um novo animalzinho. Então a oportunidade e a necessidade dos bichinhos do Sul fizeram com que a família batesse o martelo pelo gauchinho. Gateira desde sempre, Renata acha importante passar o legado de amor aos animais para a filha, o que ela a credita ser uma experiência que se constrói e pode ser passada de geração a geração.
Outros gatinhos de Renata já foram adotados através da AUG, que é bastante criteriosa na seleção de tutores e novos lares para os felinos. Ter uma casa telada e sem rotas de fuga é um dos fatores essenciais, entre outros elencados em um extenso formulário que o adotante precisa preencher antes de dar uma nova casa para um gatinho.
A chegada do Oreo
Quando chegou na nova casa, assim como em toda adaptação entre felinos, Oreo permaneceu ‘separado’ dos demais em um cômodo da casa comunicando-se apenas através de cheiros com os novos irmãos. Muito bem recebido pelo boa praça Bartô, de quem já é amigo inseparável (inclusive entre sonecas e lambidas), o bebê pretinho deparou-se com uma certa resistência do então ‘dono do pedaço’ Bruce.
A seu modo destemido, porém, Oreo ignora a dominância do irmão alfa e ousa brincadeiras com o rabo, mordidinhas e tapinhas para ganhar o coração de Bruce. Mais resistente, Mila ainda permanece indignada com a chegada do novo integrante da família.
Apesar da boa fase de adaptação, a família mantém os olhares atentos ao filhote e sempre que todos saem de casa, ainda deixam Oreo separado dos demais para evitar qualquer surpresa. No dia a dia, todos já estão liberados para circular pela casa toda na companhia do novo irmão.
Que o gauchinho paulista siga feliz entre lambidas, abraços e sonecas de conchinha com os irmãos e que a família da Renata e da Helô mantenha a veia gateira cheia de ronrons e só histórias boas para contar.